Com o auditório Amâncio Ramalho repleto de professores, alunos, empresários da indústria salineira, representantes de órgãos ambientais e autoridades políticas, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) promoveu na sexta-feira, 8, o II Workshop Indústria Salineira em Foco, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação em parceria com o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). O evento foi organizado com o intuito de apresentar à sociedade os resultados de pesquisas científicas que estão sendo desenvolvidas na Ufersa em diferentes pontos da cadeia produtiva do sal a fim de oportunizar um debate conjunto de alternativas que amenizem a crise que enfrenta o setor.
O professor Rogério Taygra foi o primeiro conferencista do workshop abordando o tema “Salinas e manguezais: razões do conflito e caminhos para a conciliação”. Na palestra, ele apresentou um panorama sobre os impactos ambientais e reflexos econômicos da recuperação ou compensação ambiental das áreas degradadas na atividade salineira em manguezais e propôs alternativas para o conflito existente entre salineiros e órgãos ambientais. O assunto foi tema da sua tese de doutorado defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, da Ufersa, sob orientação do professor José Luís Costa Novaes.
Ainda durante a manhã, o público presente acompanhou as palestras “Atributos químicos e físicos do solo da planície hipersalina do estuário do Rio Apodi-Mossoró”, com o professor Marcelo Tavares; “Viabilidade agroambiental do uso de resíduos provenientes da indústria salineira potiguar”, com o professor Francismar de Medeiros, e “Prospecção de tecnologias para a cadeira produtiva do Sal”, com o professor Clodomiro Alves Júnior.
Participante do I Workshop, o gerente industrial da Norsal, Olavo Elias Pereira Pimenta, ressaltou a importância do seminário que agora já entrou no calendário oficial de eventos da Ufersa. “Venho ao Workshop em busca de novos conhecimentos e de interação com a universidade”, comentou. O diálogo entre universidade e sociedade também foi ressaltado pelo diretor presidente da Cimsal, Herbert Vieira. “As universidades são amigas da industria salineira”. O empresário também enfatizou o grande potencial ainda não explorado do setor. “A indústria salineira não é só produzir cloreto de sódio, ela pode produzir muitas outras coisas”, disse. O empresário Eduardo Filgueira, da empresa Irmãos Filgueira, considera o evento importante para impulsionar o crescimento das atividades produtivas na região.
Representando o Reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, o Vice-reitor, professor José Domingues Fontenele Neto, parabenizou os organizadores pela preocupação em construir uma ponte entre a universidade e o setor produtivo. “Esse diálogo da universidade e setor produtivo é extremamente importante para o desenvolvimento tecnológico na economia do Estado”. O professor também ressaltou a importância da infraestrutura e equipe técnica das universidades para enfrentar os problemas do Rio Grande do Norte e destacou a importância de uma articulação entre classe política, empresarial e universidades para buscar a criação do Centro Tecnológico do Sal. “A criação do Centro Tecnológico do Sal permitiria a instalação de equipamentos para que pudéssemos, de fato, discutir pesquisa, desenvolvimento e inovação”, destacou.
O workshop prosseguiu à tarde, a partir das 14h, com uma Reunião Técnica sobre a aplicação de tecnologias na cadeia produtiva do sal.
Fotos: Eduardo Mendonça