Conforme era esperado, o Senado americano absolveu o presidente do país, Donald Trump, das acusações de abuso de poder e obstrução de Justiça, encerrando o julgamento de impeachment que dividiu ainda mais os dois partidos políticos e forneceu um cenário amargo para a campanha presidencial de 2020.
Na acusação de abuso de poder, o placar final foi de 52 votos pela inocência, e de 48 pela culpa. A votação seguiu quase inteiramente linhas partidárias, com uma única exceção — o republicano Mitt Romney desertou e votou a favor da destituição de Trump. Eram necessários 67 votos, uma maioria de dois terços, para o presidente ser removido do cargo.
Na segunda votação, na acusação de obstrução do Congresso, Romney votou junto de seu partido, enquanto os democratas permaneceram unidos, o que fez com que o placar fosse de 53 a 47.
Romney, o candidato presidencial republicano de 2012, que já havia criticado Trump por outros assuntos, disse que o presidente era “culpado de um abuso terrível da confiança pública” e que sua decisão foi tomada por uma “convicção inevitável de que meu juramento perante Deus exigia”.
Em seu primeiro comentário após a votação, Trump postou um meme no Twitter que imagina seu comando da Casa Branca prolongando-se por milênios — muito além dos dois mandatos permitidos pela Constituição americana.
O presidente disse que fará um pronunciamento da Casa Branca às 14h de Brasília (12h de Washington) desta quinta-feira, 6, sobre o resultado.
Nunca um presidente americano foi afastado em um processo de impeachment. Em 1999, Bill Clinton foi inocentado; em 1973, Richard Nixon renunciou antes do processo ser julgado; em 1868, Andrew Johnson também foi inocentado.
Se tivesse sido condenado, Trump, o 45º presidente dos EUA, teria que entregar seu cargo ao vice-presidente Mike Pence.
Depois de enfrentar o capítulo mais sombrio de sua Presidência, Trump, de 73 anos, tem o caminho livre para a candidatura à reeleição nas eleições de 3 de novembro. (Com informações O Globo/Agências internacionais).