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Gabriela Hardt substitui o juiz Sérgio Moro, que está de férias (Foto: Reprodução/Facebook)

Substituta do juiz Sérgio Moro, Gabriela Hardt passa a ser responsável pela ação judicial mais importante do Brasil

Gabriela Hardt substitui o juiz Sérgio Moro, que está de férias (Foto: Reprodução/Facebook)
Gabriela Hardt substitui o juiz Sérgio Moro, que está de férias (Foto: Reprodução/Facebook)

Alta, cabelos claros, porte atlético e músculos bem definidos, a juíza federal de 42 anos, Gabriela Hardt, é substituta direta do juiz Sérgio Moro na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba – e, neste mês de janeiro, Moro está de férias. A juíza-nadadora passa a ser, portanto, responsável pela ação judicial mais importante do Brasil, a Lava Jato.

Gabriela Hardt nasceu em Curitiba, mas foi registrada em São Mateus do Sul, no Paraná, a cerca de 155 quilômetros da capital. Na cidade, onde cresceu, ainda funciona uma usina da Petrobras que processa xisto e transforma a rocha em combustível. Seu pai, o engenheiro químico Jorge Hardt Filho, trabalhou na empresa por mais de duas décadas. Numa espécie de desabafo, no início deste ano, ele publicou um comentário num site de notícias: “A quadrilha do Lula instalada na Petrobras não roubou só bilhões. Roubou o futuro da empresa”.

No clube dos empregados da estatal, a menina aprendeu a nadar e começou a competir. Ia com frequência treinar na piscina, ainda cedo, antes das aulas. Ao sair da escola, voltava ao clube e praticava um pouco mais.

Quase seguiu a carreira do pai – poderia ter até se tornado, quem sabe, funcionária da Petrobras –, mas depois de dois anos estudando engenharia química decidiu-se pelo direito, cursado na Universidade Federal do Paraná. Em 2007, prestou concurso para juíza. Foi designada, em 2009, para a Justiça Federal em Paranaguá, no litoral do Estado. Com um mês na função, determinou a incineração de 3,8 toneladas de cocaína, apreendidas no porto. Em 2010 seria transferida para Umuarama, no noroeste do Estado. Ali mandou prender um ex-deputado acusado de contrabando e formação de quadrilha. Voltou para Curitiba em 2014, dessa vez na função de juíza substituta na 13a Vara, quando começou a acompanhar de perto o trabalho do juiz Sérgio Moro.

Hardt é considerada uma juíza receptiva aos pleitos dos policiais federais e dos procuradores. Em outubro de 2014, a magistrada compartilhou em sua página do Facebook uma nota da Associação dos Juízes Federais em apoio à Lava Jato. Aproveitou para elogiar Moro, asseverando que “a retidão e a dedicação” do colega eram motivo de inspiração para a sua própria “atividade judicante”. Não ficou nisso. “Nosso país terá muito a ganhar se um dia ele vier a integrar a Corte Suprema”, escreveu.

Em janeiro de 2015, quando substituiu Moro pela primeira vez, Hardt determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula e dono de uma consultoria acusada de receber, ilicitamente, 40 milhões de reais de construtoras envolvidas na Lava Jato. Quando não está encarregada de vestir a toga do colega, a juíza acompanha de camarote o trabalho de Moro e cuida dos próprios casos. Continua a nadar e a participar de maratonas aquáticas pelo Brasil. Costuma disputar os primeiros lugares. Não raro, alcança algum degrau no pódio. (Com informações de Julia Duailibi, repórter de Piauí/Folha).

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