Em evento prestigiado por representantes da cultura local e regional, além de autoridades e amantes da poesia, foi lançado sábado, 31, às 19h, na Câmara Municipal de Areia Branca, o livro “A Saga da Poesia Sobrevivente”, do cantor, compositor, escritor e poeta Genildo Costa (foto).
Natural de Grossos, mas atualmente residindo em Mossoró, Genildo Costa reúne em sua obra a produção literária e poética de uma geração de anônimos das cidades de Grossos e Areia Branca. Talentosos artistas das letras, mas praticamente desconhecidos.
Em “A Saga da Poesia Sobrevivente” Genildo Costa resgata a essência da poesia de um Miguel Erasmo da Silva, Manoel Erasmo da Silva, Pierre Paulino de Medeiros, Dagmar da Costa e Silva (seu pai) e outros.
Abaixo, segue um texto do webeleitor Marcelo Mendonça, areia-branquense talentoso, onde exalta a saga do poeta Genildo Costa em manter viva a poesia. Leia.
Nas fileiras do “Exército da arte”, conheci um soldado que não se rende
Ontem (sábado), 31 de julho de 2010, fui ao lançamento do Livro “A Saga da Poesia Sobrevivente”, do artista Genildo Costa, que ocorreu na Câmara Municipal de Areia Branca.
E lá, no mesmo instante em que assistia ao evento, fiquei, comigo mesmo, de mim para mim, bem baixinho, só em pensamentos, dizendo que atualmente lançar um livro de poemas é uma aventura arriscada e corajosa.
É ato que merece respeito. É ousar perpetuar o amor pela poesia num mundo alheio a ela. Um mundo em que a dimensão populacional alarmante aliada ao avanço tecnológico e científico exige das pessoas preparação, rapidez, habilidades e eficiência. Exige tanto que lhes rouba todo o tempo disponível, e não sobra nada para a arte.
A informática e as tecnologias ligadas à internet se tornaram recursos elementares do cotidiano. São instrumentos indispensáveis e fazem parte da instantaneidade da vida moderna, onde parece que não há mais espaço à apreciação do universo artístico, especialmente das manifestações poéticas e da literatura de uma maneira mais ampla. As telas de computadores, com textos curtos e simples, de pouca expressão literária e pobre em representação da língua portuguesa como identidade cultural brasileira, têm substituído as páginas de livros.
Até mesmo “sites” e “blogs” da imprensa e de instituições de respeito estão perdendo espaço para esse conteúdo de extremo reducionismo do ato de ler e escrever.
Portanto, diante dessa realidade que sufoca os artistas, a atitude de Genildo Costa é de uma valentia incomparável. Ele é um “soldado de Stalingrado” defendendo a Literatura. E merece todo o reconhecimento.
· Marcelo Mendonça, areia-branquense