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O presidente aparece com a equipe médica que o atendeu durante os dias de internação

“Querem politizar uma tentativa de homicídio”, diz Bolsonaro após alta

O presidente Jair Bolsonaro com a equipe médica que o atendeu durante os dias de internação (Foto: Reprodução/Twitter)

Por Plínio Aguiar e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Após receber alta hospitalar depois de dois dias internado em um hospital em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira, 5, que querem “politizar a tentativa de homicídio” sofrida por ele durante a campanha eleitoral de 2018. Bolsonaro reclamou também das críticas que recebeu por estar “vitimizando” a nova internação.

“Querem politizar uma tentativa de homicídio. As imagens mostram a faca entrando, inclusive o brilho da faca quando sai. Falar que isso é uma faca fake? A faca passou por poucos milímetros da aorta”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva. “O pessoal tem dúvida, alguns dizem que seria armação da minha parte. A faca entrou e, na hora, alguns falaram que não sangrou, mas uma facada nessa região não sangra porque vai tudo para dentro”, acrescentou.

De acordo com Bolsonaro, a internação não tem efeito político com vistas às eleições de 2022. “Estava previsto para eu retornar na terça-feira a Brasília, mas vim parar aqui. Agora, querer levar para o lado da politização, que estou vitimizando, é brincadeira, né?”.

O mandatário criticou, ainda, a investigação do caso do atentado pela Polícia Federal (PF). “O Adélio [autor do ataque], as pessoas da pousada, duas já morreram. Está muito parecido com o caso do Celso Daniel”, avalia. “O delegado saiu do caso, está indo para o exterior, o processo foi reaberto depois de três anos, e eu espero que a PF aprofunde mais, porque agora conseguimos adentrar nos telefones dos advogados [do Adélio]”, disse.

O médico Antônio Luiz Macedo, que acompanha Bolsonaro desde a facada de 2018, afirmou que o presidente passou por uma cirurgia “muito bem-feita pelos profissionais que o atenderam” primeiramente, na época, na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Segundo o profissional, poucos dias depois do atentado, houve uma quantidade de reação imunológica.

“Embora esteja tudo bem, essas aderências possibilitam quadro de obstrução intestinal. Normalmente, nesses quadros, não operamos direto”, afirmou. Assim que chegou ao hospital na capital paulista, o presidente publicou nas redes sociais que passaria por exames para avaliar a necessidade de uma possível cirurgia. O médico pontuou que foi colocada uma sonda nasogástrica, retirada na terça-feira, 4.

O profissional explicou que, no dia que ele chegou para atender Bolsonaro, na madrugada desta terça-feira, o intestino do presidente estava começando a funcionar. “No dia seguinte, já estava bem. Vai fazer dieta especial em uma semana, vai fazer apenas caminhada, sem exercícios intensos. Mas ele está curado e pronto para o trabalho”, complementou.

Bolsonaro disse que o desconforto abdominal, provavelmente, ocorreu porque ele comeu peixe e camarão, sem mastigar, no último domingo, 2.

Mais cedo, o presidente usou as redes sociais para comunicar que recebeu alta após dois dias internado no Hospital Vila Nova Star, na zona sul da capital paulista, para tratar um quadro de obstrução intestinal.

“Alta agora. Obrigado a todos. Tudo posso naquele que me fortalece”, escreveu o mandatário em sua página no Twitter. O texto é acompanhado de uma imagem em que o presidente aparece com a equipe médica que o atendeu durante os dias de internação, incluindo o médico-cirurgião Antônio Macedo, que acompanha Bolsonaro desde o atentado à faca em 2018.

Macedo chegou a antecipar o fim da viagem que fazia às Bahamas e voltou ao Brasil na madrugada da segunda-feira, 3,  para avaliar a necessidade de o chefe do Executivo passar por nova cirurgia. Ao R7, ele havia antecipado que o procedimento talvez não seria necessário. No entanto, durante a internação a equipe médica introduziu uma sonda nasogástrica no presidente e o submeteu a uma dieta líquida. Como o aparelho digestivo do mandatário respondeu bem ao tratamento, não foi necessário um novo procedimento cirúrgico.

A obstrução no intestino de Bolsonaro foi reflexo do ataque à faca que ele sofreu em 2018, durante a campanha presidencial. Desde o atentado, o presidente passou por seis cirurgias. Foram quatro em 2018 e duas em 2019 — para retirada da bolsa de colostomia e correção de uma hérnia na incisão da cirurgia.

A última internação de Bolsonaro por problemas no aparelho digestivo tinha sido em julho de 2021, quando ele ficou hospitalizado por quatro dias com um quadro de obstrução parcial do intestino delgado. À época, os médicos descartaram fazer uma cirurgia no presidente por ele ter se recuperado sem grandes dificuldades.

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