Projeto da Casa da Cultura Popular de Areia Branca emperrou e prédio onde as obras chegaram a iniciar está em completo abandono

Prédio onde seria a Casa da Cultura de Areia Branca

O descaso com a cultura local está explícito. Basta observar o que seria a Casa da Cultura Popular de Areia Branca, obra é de responsabilidade do Governo do Estado, por meio da Fundação José Augusto (FJA). As obras foram iniciadas em 2006 e depois de inúmeras interrupções os serviços pararam em definitivo em 2010, Hoje, o prédio onde deveria já estar funcionando a Casa da Cultura, está abandonado e em ruínas.

A última vez que o assunto envolvendo a Casa da Cultura voltou a ser ventilado com o Governo do Estado foi em maio de 2012, quando o então prefeito Manoel Cunha Neto, “Souza” (PP), teve uma reunião com a secretária Extraordinária de Cultura do Rio Grande do Norte, Isaura Rosado.
No encontro o gestor procurou saber da representante do Governo do Estado sobre o andamento do projeto de construção da Casa da Cultura Popular de Areia Branca, cujas obras foram iniciadas em março de 2006, mas nunca foram concluídas, ou melhor, sequer saíram do estágio inicial.

Para surpresa do então prefeito “Souza”, a secretária Isaura Rosado declarou que o governo não tinha recursos para o projeto em 2012. Isaura disse anda, na ocasião, que somente no próximo ano (2013) era que o Governo do Estado iria se pronunciar sobre o assunto.

Passados quase 100 dias do ano da promessa, até agora nenhum comunicado a respeito da retomada das obras da Casa da Cultura foi emitido pelo Governo do Estado. Na prática, sete anos depois, a construção da Casa da Cultura Popular de Areia Branca não saiu do papel. O projeto até começou a ser executado, mas os serviços que visavam a reforma e ampliação do prédio onde o espaço culturalseria instalado paralisaram pouco tempo depois e desde então o local está abandonado.

Além dos segmentos culturais da cidade reclamarem do descaso do Governo do Estado com a obra, o abandono do prédio atraiu vândalos e desocupados que utilizam o local para consumir drogas e praticar sexo. Para completar o quadro de abandono, já levaram tudo que era possível carregar, restando apenas as paredes que estão em ruínas. Por tabela, estão invadindo um prédio vizinho ao que seria a Casa da Cultural Popular de Areia Branca, onde funcionou o Sindicato dos Conferentes.                  O interior do prédio é o retrato do abandono

O imóvel onde funcionaria o projeto foi adquirido e cedido ao Governo do Estado pela Prefeitura de Areia Branca, como contrapartida do município na iniciativa. A casa pertenceu ao ex-prefeito Antônio Lúcio de Góis e está localizada no Cais Tertuliano Fernandes, próximo à Agência da Capitania dos Portos. Foi a primeira casa de telha da cidade e onde morou um dos primeiros prefeitos do município.

Para se adequar aos propósitos do programa, o prédio teria que ser totalmente reformado. Os traços arquitetônicos da antiga edificação também seriam restaurados, resgatando o patrimônio histórico do município.

De acordo com o projeto original, a estrutura da Casa de Cultura Popular de Areia Branca contará com auditório, galeria de arte, bibliotecas abertas ao público e salas para oficinas de artes plásticas e cênicas que servem para fomentar a produção artística do interior potiguar, através da realização de oficinas de artes, eventos culturais, palestras, seminários, exposições, apresentação de vídeos e filmes educativos, entre outras manifestações que vão proporcionar lazer aos moradores da cidade e, ao mesmo tempo, qualificação aos profissionais e a oportunidade de iniciação artística para quem quiser.