Luciano Oliveira - [email protected]

Os peixes-boi foram levados da Base de Areia Branca para o Recinto de Aclimação, em Macau

Projeto Cetáceos promove reintegração ao ambiente natural de dois peixes-boi resgatados

Os peixes-boi foram levados da Base do projeto em Areia Branca para o Recinto de Aclimatação, em Macau

O Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), promoveu, no último sábado, 30, uma operação de translocação de dois peixes-boi para a praia de Diogo Lopes, em Macau (RN), onde está localizado o Recinto de Aclimatação – ambiente onde completarão o processo de reabilitação para soltura em vida livre.

A ação foi realizada em parceria com o Projeto de Monitoramento de Praias do Litoral dos estados do Rio Grande no Norte e Ceará (PMP-BP), estruturado pela Petrobras, e a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte (Funcitern).

Carinhosamente chamados pelos veterinários de Zé e Gabriel, os dois animais medem aproximadamente 2,55 metros e pesam 310 Kg e 342 Kg, respectivamente. Zé, com 4 anos e 3 meses, e Gabriel, com 4 anos e 8 meses, foram encontrados encalhados e resgatados quando ainda eram neonatos.

Eles estavam em recuperação no Centro de Reabilitação da Fauna Marinha do PCCB, em Areia Branca, sob a supervisão da equipe multidisciplinar do projeto.

O transporte dos animais foi realizado em caminhão e contou com apoio das Polícias Militar e Ambiental do estado, da Guarda Municipal de Areia Branca e do Corpo de Bombeiros. Toda a ação foi realizada por equipe especializada e acompanhada presencialmente por técnicos do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Conforme o biólogo Flávio Lima, professor da Uern e coordenador-geral do PCCB, o Recinto de Aclimatação tem capacidade para até quatro animais simultaneamente, contando com área total de 690 m², incluindo estrutura de acesso, área de manejo e cercado dos animais, todos em madeira tratada e legalmente licenciada.

O veterinário Augusto Bôaviagem, responsável pelos cuidados dos peixes-boi, explica que é comum os animais encalharem nos primeiros dias de vida, sendo necessário cuidados e tratamento especializado.

“Durante a reabilitação, os animais passam por periódicas avaliações de saúde e de comportamento. E após o período de desmame (20 a 24 meses) ou alcançando as condições clínicas e físicas necessárias, os animais estão aptos para serem translocados para o recinto de aclimatação”, destaca.

Durante aproximadamente seis meses, eles permanecerão neste espaço, projetado para que possam se adaptar ao ambiente natural, antes do retorno definitivo para natureza.

Zé e Gabriel são os primeiros peixes-boi transportados para o local de aclimatação, construído no início deste ano. “Esta é uma etapa importante, pois, antes de serem soltos, os animais necessitam se adaptar aos movimentos e oscilações das marés, correntes marinhas e temperatura das águas, por exemplo”, frisa o biólogo Daniel Solon, gerente técnico operacional do PCCB-Uern.

Atualmente, 28 peixes-boi estão em reabilitação nas bases do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar. Desde 2009, as equipes estão trabalhando na conscientização da população local para a preservação dos peixes-boi, uma das espécies de mamíferos aquáticos com maior risco de extinção no Brasil, sendo a região da Costa Branca no Rio Grande do Norte um dos principais locais de encalhes de filhotes.

“Após a reabilitação e readaptação, esses animais serão soltos para o seu ambiente natural e, antes da soltura, recebem um número de identificação e um equipamento que permite localizá-los. Este rastreador muitas vezes chama a atenção da população e dos pescadores que, em alguns momentos, podem tentar retirá-lo do animal. Por isso, a importância do trabalho educativo com as comunidades locais, para explicar a funcionalidade e importância deste rastreador, já que serve para acompanharmos a adaptação, saúde e desenvolvimento do animal”, confirma Andressa Costa, profissional Petrobras que acompanha o PMP-BP.

Ao avistar um animal marinho vivo ou morto, a sociedade pode alertar o Projeto de Monitoramento de Praias pelos telefones:

PMP-RNCE (RN) – (84) 98843 4621 e 99943 0058
PMP-RNCE (CE) – (85) 99800 0109 e 99188 2137

Com informações da Equipe de Educomunicação do PCCB/Uern e da Petrobras

Fotos: Júlio César Albino/Ronildo Medeiros

Print Friendly, PDF & Email

Compartilhe:

guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

publicidade