O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), conduzido pela Petrobras e executado em parceria com o Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB/Uern), e a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (Funcitern), realizou a quinta soltura de peixe-boi-marinho no Estado do Rio Grande do Norte. A soltura da peixe-boi Gaia ocorreu na manhã desta sexta-feira, 25, no Centro Amagoa de Cultura e Meio Ambiente, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão.
Para esse momento, o PCCB-Uern organizou uma programação cultural para receber a comunidade local, representantes de órgãos públicos e de instituições parceiras que atuam em prol da conservação do peixe-boi-marinho no Brasil.
Gaia, o peixe-boi-marinho, encalhou no dia 23 de abril de 2018, na praia das Agulhas, no Ceará, com poucos dias de vida. Após ser resgatada pela AQUASIS (ONG do Ceará), Gaia foi encaminhada ao Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do PCCB-Uern.
Durante os primeiros quatro anos, Gaia recebeu cuidados médicos, alimentação e monitoramento constantes para recuperar sua saúde. Posteriormente, foi transferida para o Recinto de Aclimatação na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, onde se adaptou ao ambiente natural antes de sua soltura.
Após o processo de aclimatação, Gaia foi solta em ambiente natural e recebeu um equipamento que permite seu monitoramento remoto, via sinal VHF e satelital. Esse rastreador pode chamar a atenção da população e dos pescadores, que, em alguns momentos, podem tentar retirá-lo do animal. Por isso, o trabalho educativo com as comunidades locais é essencial para explicar a importância deste dispositivo, que é fundamental para acompanhar o deslocamento do animal e assegurar sua adaptação ao ambiente natural.
João Maurício, médico veterinário do projeto, comentou sobre o sucesso do projeto. “Deu tudo certo. Gaia conseguiu ser reintroduzida no ambiente natural sem nenhum problema. Está todo mundo muito feliz e gratificado por mais essa etapa ocorrer. É um esforço conjunto; todo mundo trabalhou muito ao longo dos anos e desses últimos meses”, disse.
O PCCB-Uern já devolveu quatro peixes-bois à natureza e segue reabilitando outros 17. O peixe-boi-marinho é um dos mamíferos aquáticos com maior grau de ameaça de extinção no Brasil. No passado, foi vítima da caça e, atualmente, sofre com a perda e alteração de habitat devido à degradação das áreas costeiras, ingestão de resíduos sólidos e colisões com embarcações motorizadas. A alteração do ambiente natural costeiro também contribui para a separação entre mãe e filhote durante a fase de cuidado parental, ocasionando o encalhe de animais recém-nascidos.
O resgate, reabilitação, estabilização, soltura e monitoramento de peixes-bois-marinhos são ações desenvolvidas no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), como condicionante do licenciamento ambiental federal exigido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para a exploração, produção e escoamento de petróleo e gás pela Petrobras na região.
Em caso de encalhe ou avistagem de peixes-bois-marinhos com equipamentos de radiotelemetria, entre em contato com o PCCB-Uern através dos seguintes contatos:
● Natal e região: (84) 9 9943 0058
● Areia Branca e região: (84) 9 8843 4621
Fotos: PCCB-Uern