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Comunidade de Areia Branca acompanhou ação (foto: Rodrigo Oliveira)

Projeto Cetáceos da Costa Branca reabilita e devolve tartarugas ao mar no litoral de Areia Branca

Comunidade de Areia Branca acompanhou ação (foto: Rodrigo Oliveira)
Comunidade de Areia Branca acompanhou ação (Foto: Rodrigo Oliveira)

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Litoral da Costa Branca, tarde de segunda-feira, 8. A soltura de duas tartarugas marinhas foi acompanhada de perto por dezenas de crianças do município de Areia Branca, na praia de Upanema.

No centro do semi-círculo – onde ao redor as crianças aguardavam a libertação das tartarugas – a professora e pesquisadora Bernadete Fragoso (Uern) falava sobre educação ambiental, conscientização e empolgava as crianças destacando a importância desse momento.

Consolidado devido ao trabalho de monitoramento, resgate e proteção de animais marinhos, o projeto institucional Cetáceos da Costa Branca, desenvolvido pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) há quase 20 anos, já é referência no Brasil. A ação de soltura das tartarugas, bem como uma visita técnica, foram realizadas pelo projeto.

Conforme o professor Dr. Flávio Lima (Uern), coordenador do projeto, o monitoramento realizado pelo Cetáceos da Costa Branca abrange uma faixa litorânea de 400 km do Rio Grande do Norte e mais 150 Km do Ceará – de Caiçara do Norte (RN) até Aquiraz (CE).

Crianças acompanharam soltura das tartarugas (Foto: Rodrigo Oliveira)
Crianças acompanharam soltura das tartarugas (Foto: Rodrigo Oliveira)

O projeto conta com importantes parceiros como a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Universidade Federal do Rio Grande do Norte ( UFRN) e Universidade Potiguar (UNP), além da Petrobras. O vice-reitor da Ufersa, professor José Domingues Fontenele, acompanhou a visita técnica juntamente com o professor André Pedro, presidente da Fundação Guimarães Duque. Também esteve presente o chefe de Gabinete do município de Areia Branca, Dario Lima, que assegurou a doação do terreno para ampliação do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, localizado na praia de Upanema/Areia Branca. “Sorte de Areia Branca ter um projeto dessa magnitude”, afirmou Dario.

O professor Wendson Medeiros, assessor da Pró-Reitoria de Administração/Proad, representou o Reitor Pedro Fernandes na visita técnica. Lotado no Departamento de Gestão Ambiental, Wendson Medeiros já conhecia o trabalho desenvolvido pelo Cetáceos da Costa Branca. “Estamos planejando a implementação de uma agenda ambiental na Uern”, afirmou Wendson.

Tartarugas foram reabilitadas e devolvidas ao mar

Espécies de tartarugas reabilitadas (Foto: Rodrigo Oliveira)
Espécies de tartarugas reabilitadas (Foto: Rodrigo Oliveira)

Duas tartarugas foram entregues ao mar na segunda-feira, 8. O veterinário Augusto Boaviagem explica que a tartaruga verde (Chelona Mydas) chegou ao Centro de Pronto Atendimento de Animais Marinhos, localizado na Praia de Upanema, em Areia Branca, no dia 5 de abril. Foi pega em rede por pescadores de Aracati (CE). Uma de suas patas estava com lesão causada por arpão.

Já a tartaruga-de-pente ( Eretmochelys imbricata) viveu dois anos em cativeiro até ser entregue ao projeto Cetáceos. Ela foi resgatada quando eclodiu do ovo, na praia de Batoque, em Aquiraz (CE). “Essa situação é um exemplo para as pessoas. Muita gente pode até pensar que está fazendo o bem cuidando desses animais, mas não é o ambiente ideal para animais silvestres. Esse período de dois anos é o tempo que o animal adquire as experiências necessárias ao ambiente marinho”, ressalta o prof. Flávio Lima, acrescentando que sempre há o risco de zoonose.

Além de todos os exames clínicos e cuidados necessários, os animais também são submetidos a testes comportamentais antes de serem devolvidos ao habitat natural. Os animais marinhos são marcados num padrão internacional com anilhas metálicas, cuja implantação não causa dor e nem infecção.

Flávio Lima e Bernadete Fragoso são coordenadores do projeto (Foto: Rodrigo Oliveira)
Flávio Lima e Bernadete Fragoso são coordenadores do projeto (Foto: Rodrigo Oliveira)

Além da Base de reabilitação de Areia Branca, o projeto possui outras bases de apoio e pesquisa. Em Mossoró, a base é voltada para pesquisa e diagnóstico de morte dos animais. O Centro de Diagnóstico está localizado no Campus Central da Uern.

Sobre a dimensão alcançada pelo projeto, o professor Flávio Lima explica que no início, a expectativa era de envolver os estudantes na formação profissional. “Não tínhamos noção de que atenderíamos a demanda de todo o Estado. Hoje as comunidades litorâneas conhecem muito nosso trabalho. Temos parcerias com ONGs, Ibama, ICM-Bio e comunidades de pescadores”, destaca Flávio Lima. Atualmente estão diretamente envolvidas com o projeto 33 pessoas envolvidas, sem contar estudantes de graduação e pós-graduação.

Monitoramento

Fragata recebe cuidados no centro de reabilitação (Foto: Rodrigo Oliveira)
Fragata recebe cuidados no centro de reabilitação (Foto: Rodrigo Oliveira)

Durante os monitoramentos de praias são registradas as ocorrências de tartarugas marinhas, aves, golfinhos, baleias, peixes-bois e descartes de peixes vivos ou mortos. Telefone para contato (84) 98843-4621.

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