
Momentos de incertezas rondam os prefeitos em fim de mandato e os que foram eleitos para o próximo quadriênio. Para quem está saindo, os derradeiros cinqüenta e poucos dias de gestão estão sendo de pesadelos. Reflexo de uma situação (crítica) agravada nos últimos anos em virtude de problemas causados por fatores como, entre outros, a diminuição, atraso ou até mesmo a total ausência de repasses financeiros.
Em Areia Branca, o quadro não é diferente dos demais municípios brasileiros. Ou talvez, pior. Haja vista a atual prefeita, Lidiane Garcia (PMN), ter “pegado o bonde andando”. Está no cargo a partir de 17 de maio deste ano, tendo herdado um amontoado de problemas e dívidas resultado dos três anos e cinco meses da administração anterior, cuja titular teve o mandato cassado pela Câmara Municipal, justamente baseado em denúncias de irregularidades na gestão.
Na prática, a prefeita Lidiane Garcia assumiu o Executivo num momento nada favorável aos gestores municipais. Em síntese, foi convocada pelos vereadores para administrar problemas. E quando ela afirma que está fazendo tudo que é possível para amenizar o impacto que a crise financeira está provocando no âmbito administrativo municipal, afetando diretamente o cidadão que mora no município, ela está sendo sincera.
Outro fator que torna a situação da gestora mais difícil é a falta de apoio do Governo do Estado, que virou as costas para o município de Areia Branca.
O somatório de todos esses fatores negativos nesses últimos dias de mandato, aumenta o peso da responsabilidade da atual prefeita, pois tem que deixar preparada a administração para repassar à sucessora.
Agora, a realidade
Com o fim da recente campanha eleitoral, os eleitos em Areia Branca para o Executivo já desceram do palanque e estão se preparando para a realidade que os espera a partir de janeiro de 2017.
Na transição, a futura prefeita Iraneide Rebouças (PSD) vai se sentar diante do orçamento escasso, da queda da arrecadação e do aumento dos gastos e terá de desenhar sua administração baseada em fatos reais.
As promessas e os planos mirabolantes que conquistaram eleitores no dia 2 de outubro terão de ser deixados na gaveta, porque não cabem nas contas impactadas pela recessão que se instalou no país e reflete no município.
Os prefeitos eleitos não podem alegar desconhecimento de causa. O problema nas contas públicas vem sendo alardeado há tempo. Portanto, se temiam falar em cortes ou controle de gastos na campanha, para não perder a eleição, espera-se que, a partir de agora, sejam honestos em assumir a tarefa de administrar com equilíbrio e sensatez as contas do município.