Luciano Oliveira - [email protected]

Paulo Wagner diz que é contra instalação de usina nuclear no Rio Grande do Norte

PWAGNERPaulo Wagner se posiona contra projeto nuclear em solo potiguar

Depois do último acidente nuclear no Japão, o projeto brasileiro de instalação de novas usinas nucleares no país fica em situação ainda mais delicada e preocupante. O deputado federal Paulo Wagner (PV-RN), membro da Comissão de Minas e Energia, esteve na última semana em audiência com o Ministro Edson Lobão, acompanhado da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e agora se prepara para visitar, juntamente com o presidente da Comissão, deputado Luiz Fernando Faria, amanhã, 31, e sexta-feira, 1º de abril, a convite da Eletrobras Termonuclear S/A (Eletronuclear) as instalações das Usinas Nucleares Angra I e II, no Estado do Rio de Janeiro.

“Sou totalmente contra a instalação de usinas nucleares no Estado do Rio Grande do Norte. Sabemos que o projeto brasileiro contempla  quatro novas usinas até o ano de 2030. E as próximas duas seriam instaladas no Nordeste brasileiro. Já surgiram vários rumores sobre os estados onde as usinas seriam instaladas, como Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e até Rio Grande do Norte”, declara Paulo Wagner.

A expectativa do Ministério de Minas e Energia, que vinha trabalhando em ritmo acelerado no projeto, era anunciar ainda esse mês as cidades que receberiam as usinas, porém depois do temor espalhado pelo acidente ocorrido no Japão, a possibilidade parece que sofrerá atraso.

Os investimentos para a construção das quatro usinas giram em torno de R$ 30 bilhões, e cada uma terá capacidade de 1.000 MW, o que elevará a potência do parque nacional de usinas nucleares para 7.300 MW. Mesmo com a previsão de retardo, o ministro garante que o projeto continua caminhando. “Os planos de energia nuclear são projetos de longo prazo do país, e não serão afetados”, garante Edson Lobão.

De qualquer maneira as reticências parecem ser maiores que as decisões, tanto que na última semana o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tentou propor, sem muito sucesso, retomar o debate sobre o assunto. “Se as usinas já sofreram no passado algumas restrições, acredito que agora com esse problema do Japão vamos ter que parar um pouco para pensar”, admite.

“Seja como for, a preocupação é grande. Pelo cronograma do projeto, já em 2012 seriam iniciadas os obras para instalação das usinas destinadas para a região Nordeste. Pudemos ver que mesmo com toda a tecnologia, esquema de segurança e preparo de um povo que já nasce tendo que conviver com as mais bruscas adversidades da natureza, como o japonês, os estragos na hora de um acidente são devastadores, por isso reforço meu posicionamento contra a instalação de usinas no RN”, reforça o deputado federal, Paulo Wagner.

Segundo o parlamentar, o fator segurança é o que deve ser colocado em primeiro lugar diante de um assunto tão delicado e polemico como esse. “Até agora não foi apresentada nenhuma forma segura de se armazenar os rejeitos da produção energética, e sabemos que depois de utilizado, o urânio ainda tem uma meia vida que pode ser calculada em bilhões de anos, e esse material nuclear é sem dúvida um risco para a vida humana.  Acredito que o foco, principalmente para o RN, em especial pelo seu posicionamento geográfico, deve estar concentrado na em parques eólicos, energia limpa e segura”, defende Paulo Wagner.

O parlamentar foi também convidado pelo presidente da Câmara Municipal de Angra dos Reis, José Antônio Azevedo Gomes, à participar de uma sessão especial, amanhã, 31, às 15h, no Iate Clube Aquidabã, que tem como objetivo buscar informações e redefinição do plano de emergência, em caso de acidentes nucleares, tendo em vista as usinas localizadas naquela cidade e os recentes incidentes envolvendo usinas nucleares no Japão.

Print Friendly, PDF & Email

Compartilhe:

guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

publicidade