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Opinião: Dr. Evaldo Alves de Oliveira e as histórias e “causos” da antiga Areia Branca

EVALDO ALVES I Autor de “Crônicas, Contos, Estórias, Histórias e Outros Escritos Menores” e de “Reaprendendo a Brincar: uma viagem à minha Infância”, todos pela Verano Editora e Comunicação LTDA, Dr. Evaldo Alves de Oliveira (foto), médico e escritor areia-branquense, é um nome freqüente na série “Fala, Memória”.  Ele trata quase sempre da narrativa do saudosismo, da jocosidade e do bucolismo de viver, “em tempos de antigamente”, numa cidade-ilha, ou ilha-praia, ou cidade-praia, ou, melhor, numa cidade-ilha-praia. Enfim, ele cuida de falar de uma Areia Branca de mais de quatro décadas atrás, quando ainda era uma jovem cidadezinha. A comicidade ingênua e o estilo suave de seus escritos presenteiam a nós, areia-branquenses, com uma leitura que agrada muito. Grande parte dos textos é autobiográfica e, ao mesmo tempo, um testemunho do cotidiano e da vida simples da “ilha-praia” nos “tempos de outrora”, o que torna impossível deixar de atribuir à obra do escritor um valor histórico. Além disso, vê-se nitidamente aflorar, à todo momento, um sentimento ardente de querer Bem a Areia Branca. Não há dúvida: Dr. Evaldo é mais um que se arrebenta de amores pela Terra onde nasceu! É mais um seduzido e encantado por ela! Em “Reaprendendo a Brincar: uma viagem à minha Infância”, exatamente no capítulo V, pode-se encontrar um flagrante do que se disse, quando se lê: “A vida corria normalmente naquela cidadezinha de sol e carente de empregos. Os jovens, logo atingida a maioridade, saíam para o mundo em busca do seu destino; outros ficavam. E cachaça destruía silenciosamente homens e lares. Para a criançada, nada melhor do que uma chuva, coisa rara naquela região onde salinas dominam o visual e a vida das pessoas. Tinha o banho de bica, todos correndo pelas ruas fazendo algazarras…”. No capítulo VIII, vê-se uma mescla de saudosismo, tristeza e saudade da vida de menino em trechos como este: “… lá estava ela, a casinha dos sonhos da minha infância, que agora, desolado e nostálgico, eu contemplava… Paredes caídas, frente destruída, mato crescido em todos os aposentos… Naquele momento, mais uma vez o coração venceu a razão, e tive muita dificuldade para segurar uma lágrima…”.

De minha autoria, o artigo “Um Portal da Realidade” (http://costabrancanews.com/?p=12018), publicado neste blog em setembro deste ano e que teve tema relacionado à publicação do Dr. Evaldo no “Fala, Memória”, intitulada “O Portal da Rua do Meio” (http://costabrancanews.com/?p=12020), fez com que ele escrevesse um segundo texto sobre o mesmo assunto com o título “De Volta ao Portal da Rua do Meio” (http://costabrancanews.blogspot.com/2010/09/opiniao-de-volta-ao-portal-da-rua-do.htm). Neste último, o doutor me pareceu entristecido. Aparentemente, de alguma forma, sentindo-se contrariado por algo que tenha sido dito na minha redação. O fato me contundiu bastante. É que somente registrei “uma maneira de ver o mundo” diferente daquela do primeiro artigo do escritor. Nunca houve intenção de contrariar sua admirável “visão transcendental”. Não o conheço. Nunca fui apresentado a ele. Apenas leio seu conteúdo literário. E se pudesse ter previsto o fato, certamente, escolheria haver-me ocultado a falar em contrário de um areia-branquense que ama, em contos, escritos, estórias e outras formas de expressão artística, nossa terra natal. Afinal, como é bem dito no capítulo IX de Reaprendendo a Brincar: uma viagem à minha Infância, página 69, “… eu apenas quero entrar no meu sonho para vivê-lo”.

E Ainda bem que o Dr. Evaldo não parou de sonhar…

De Brasília, Marcelo Mendonça

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