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Opinião: Cidadania, democracia e política na educação

EDUCAÇÃO

*Ana K L Rolim

O atual modelo de sociedade em que vivemos tem uma dinamicidade ímpar. As rápidas transformações, conseqüência da globalização e da troca de informações e conhecimentos em tempo real expõe os indivíduos a apelos de ordens diversas: violência, sexo, consumismo, individualismo, etc. Nesse contexto, é imperativo um novo fazer educativo, onde a educação seja permeada por valores morais e éticos, visando o despertar da cidadania.

O cidadão consciente percebe-se como parte integrante da sociedade, sabedor de seu poder de transformação das questões sociais. Cidadania é postura, é atitude, por isso é preciso não apenas educar “para” a cidadania, mas, sobretudo, “se” educar para atuar como cidadão. A formação de valores e princípios não deveria ser incumbência apenas da escola. Há vários segmentos como família, comunidade, meios de comunicação, entre outros, que deveria reivindicar essa prerrogativa. No entanto, a responsabilidade maior recai sobre a escola e por tabela, fica a cargo de nós educadores que percebemos a urgência em reconstruir e modificar a ordem vigente onde se sobressai a dominação e imposição de uma ideologia que tenta promover a alienação e submissão da população. O sujeito alienado é um ser acomodado, incapaz de atuar e lutar por mudanças. A cidadania não é um valor estático. Ela é permeada de dinamicidade e se constrói na nossa intervenção constante na sociedade, na determinação de mudar e fazer valer nossos direitos. Como compôs Vandré (1968), “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Na promoção de uma educação voltada para a cidadania, o MEC elaborou diretrizes que serviriam de eixos norteadores para embasar esse objetivo. São os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) que em sua apresentação dos Temas Transversais – Ética, esta é abordada sob quatro eixos, a saber: respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade, que concorrem para a formação e consolidação da cidadania, pois faz do educando um agente formador e transformador da sociedade, conhecedor de seus direitos, paralelo ao cumprimento de seus deveres.

O indivíduo consciente de seu papel de cidadão reivindica sua participação social na tomada de decisões que irão afetar a si e a coletividade. A democracia traduz-se em participação, em engajamento na (re)construção de uma sociedade justa que promova as idéias de liberdade, igualdade, respeito mútuo e solidariedade. Quando a escola democratiza suas relações internas, promove também a democracia em outras instituições, pois interioriza nos educandos esse valor que será multiplicado nas relações sociais fora do âmbito escolar. Percebemos um estreito entrelaçamento entre cidadania – ética – democracia – política. Suas definições estão intrinsecamente ligadas, uma reflete imediatamente na outra em um constante movimento de causa e efeito. A escola que educa “na” e “para” democracia, constrói a cidadania. O cidadão por sua vez, é um ser político visto que sendo cidadão, é atuante socialmente, age e reage frente às questões sociais. Dessa forma, instala-se um ciclo causa e conseqüência. Esse ser consciente, crítico e atuante promove e tem o entendimento de reivindicar mudanças e reformas sociais que por sua vez, refletem em melhorias na educação que se torna cada vez mais democrática e cidadã.

(*) Ana K L Rolim, natural de Areia Branca/RN. Escritora

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