
Em um depoimento de mais de quatro horas à Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Spoofing, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos disse na quarta-feira, 24, que, segundo o amigo Walter Delgatti Neto, as mensagens capturadas de aplicativos do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e outras autoridades, seriam vendidas para o Partido dos Trabalhadores (PT). Santos não soube dizer, no entanto, se o negócio foi concretizado e nem se houve tratativas entre Delgatti e emissários do partido.
“Ele (Walter) falou (para o Gustavo): “Minha ideia é vender para o Partido dos Trabalhadores”, disse o advogado Ariovaldo Moreira, numa entrevista depois dos depoimentos do Dj e da mulher dele, Suelen Priscila de Oliveira. Se ele vendeu, se ele não vendeu, se ele entregou esse material gratuitamente para alguém, isso não sabemos”.
Gustavo Henrique, Delgatti, Suelen e Danilo Cristiano de Oliveira foram presos ontem sob a acusação de invadir aplicativos de Moro e outras autoridades. Ao todo, o grupo teria atacado mil celulares. O advogado disse ainda que, segundo Gustavo Henrique, Delgatti era afinado com as ideias do PT. “O que o Gustavo saber é que o Walter tem uma certa afinidade com o Partido dos Trabalhadores”, completou o advogado.
Muito dinheiro
Gustavo e sua esposa, Suelen Priscila de Oliveira, movimentaram R$ 627 mil nos últimos meses, apesar de a renda mensal dos dois, juntos, ser de um pouco mais de R$ 5 mil.
A PF ainda investiga um possível envolvimento de mais seis pessoas na invasão ao Telegram de Sérgio Moro, Paulo Guedes, juízes e outras autoridades. Os nomes delas apareceram vinculadas às contas utilizadas nos ataques. (Com informações O Globo, Último Segundo, O Antagonista).