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Os saudosos José Jaime Rolim e Mãe Edwirgens dão nome à honraria (Foto: Arquivo/Jornalista Carlos Júnior)

Município institui comendas José Jaime Rolim e Mãe Edwirgens para homenagear segmentos que se destacam na promoção da igualdade racial e na valorização das tradições de matrizes africanas

Foram instituídas no âmbito do município de Areia Branca, as comendas José Jaime Rolim e Mãe Edwirgens, destinadas a homenagear personalidades, coletivos e instituições que se destacam na promoção da igualdade racial e na valorização das tradições de matrizes africanas e ameríndias e preservação da tradição da Jurema Sagrada, respectivamente.

Os projetos que instituem as honrarias foram aprovados pela Câmara de Areia Branca e sancionados pelo Executivo municipal, sendo transformados em lei a partir do dia 11 deste mês.

Conforme o projeto, a Comenda José Jaime Rolim poderá ser concedida a até cinco personalidades, coletivos e instituições por ano, salvo em casos excepcionais devidamente fundamentados e aprovados pelo órgão gestor da política municipal de cultura.

A entrega da comenda ocorrerá em evento público, preferencialmente durante as comemorações alusivas ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro), podendo ser designada outra data mediante proposta do órgão gestor da política municipal de cultura.

No mesmo molde, a Comenda Mãe Edwirgens poderá ser concedida a até cinco personalidades, grupos ou entidades por ano, salvo em casos excepcionais devidamente fundamentados e aprovados pelo órgão gestor da política municipal de cultura.

A entrega da comenda ocorrerá em evento público de celebração à Jurema Sagrada, preferencialmente no dia 20 de janeiro, podendo ser fixada outra data por ato do Poder Executivo.

José Jaime Rolim

Considerado uma verdadeira “biblioteca ambulante”, devido ao vasto conhecimento acumulado nas diversas áreas, como a política e a educação, José Jaime faleceu em julho de 2010, aos 69 anos, de parada cardíaca. Era um profundo conhecedor da história do município e sabia muito da árvore genealógica dos areia-branquenses.

Na sua trajetória, José Jaime construiu um currículo invejável. Exerceu seis mandatos de vereador, foi duas vezes presidente da Câmara Municipal de Areia Branca e foi prefeito por um período de 10 dias. Foi, ainda, professor e diretor da antiga Escola Técnica Comercial (hoje Escola Municipal Professora Geralda Cruz), pesquisador, historiador, escritor e amante da boa poesia, além de ter desenvolvido atividades na Liga Desportiva Areia-branquense (LDA). Culto, era conhecedor da cultura afro-brasileira e praticante (fundador do Centro Espírita Terreiro Pai José de Aruanda) da religião demandada desse movimento originado no Brasil com a chegada dos negros, escravos vindos da África.

Francisca “Mãe” Edwirgens

O Jornal Axé Notícias, informativo do Ilé Àsé Dajó Ìyá Omí Sàbá datado de 25 de março de 2011, homenageou dona Francisca Edwirgens com uma matéria especial. Segundo a publicação, com 16 anos de idade, em plena adolescência, ela começou a dar os primeiros passos na vida religiosa, iniciando nos caminhos da religião que professava por meio do conceituado e famoso pai de santo “Padrinho Zé Bruno” na cidade de Nazaré (MA).

Considerada a grande matrona da religião espiritualista de umbanda em Areia Branca e, foi do ventre imaterial dessa venerada mãe que foram gerados grande parte do povo de santo e sacerdotes desta cidade.

Assim como seu orixá Yansãn (palavra que significa em língua portuguesa “Mãe dos Nove Céus”), dona Edwirgens teve filhos de santo espalhados por toda parte da cidade, pelo Estado e outras partes do Brasil. Seu terreiro era o mais antigo da cidade (O tradicional Terreiro de Santa Bárbara), com mais de 40 anos de funcionamento, fechou após seu falecimento.

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