
Exatos 20 dias após as eleições municipais deste ano, dia 2 passado, os principais protagonistas da disputa para a Prefeitura de Areia Branca se encontraram na amanhã de sábado, 22, durante missa celebrada na Igreja Matriz em comemoração aos 89 anos de emancipação política do município.
Foi a primeira vez que os principais políticos das duas coligações que se enfrentaram diretamente pelo cargo majoritário ficaram tão próximos uns dos outros, depois de proclamado o resultado das urnas. Não se falaram, mas ficaram separados por metros. Respirando o mesmo ar.
Na primeira fila, a prefeita eleita Iraneide Rebouças (PSD) e o vice João Paulo Borja (PSB), assessorados pelo marido da prefeita, o médico José Alfredo Rebouças, um filho do casal, e o ex-prefeito e médico Ruidenberg Ferreira Souto, “Beguinho” (PSD).
No lado oposto, a prefeita do município, Lidiane Garcia (PMN) e o esposo odontólogo Evandro Jales Miranda; o deputado estadual Manoel Cunha Neto, “Souza” (PHS), e a esposa Joseana Nogueira; ex-candidato a vice-prefeito e vereador Sandro Góis (PV); o vereador Antônio Luiz Neto, “Tonho da Cohab” (PDT). O ex-candidato a prefeito Toninho Cunha (PHS) não participou da cerimônia religiosa devido a outros compromissos no mesmo horário. O Agente da Capitania dos Portos em Areia Branca, capitão-tenente Edson Freire, prestigiou o ato.
O deputado Souza foi apoiador e ajudou a coordenar a campanha do irmão Toninho à prefeitura. Mas durante todo o desenrolar do processo os adversários deixaram de lado a chapa concorrente e se voltaram contra o parlamentar, que foi alvo de ataques seguidos no palanque e nas redes sociais.
Uma linha imaginária no centro do templo religioso separava os dois grupos. Coincidência ou não, parte dos bancos atrás deles foram ocupados por pessoas ligadas politicamente a cada um dos expoentes confortados na primeira fila. Um clima de certa forma tenso predominou ao longo da celebração.
Se bem que do lado da prefeita eleita a movimentação era maior e mais descontraída. Não faltou quem se aproximasse do grupo para um cochichado, um aperto de mão. A divisão também estava estampada nas cores das vestes de alguns dos presentes. Vermelho e rosa para cá, amarelo e verde para lá.
Apesar de a celebração ter caráter festivo em alusão ao aniversário da cidade, não tinha como ser diferente o clima entre os combatentes. O pleito está muito recente, as feridas abertas durante o embate nas ruas ainda vão demorar a cicatrizar.
Vale lembrar que em política, as pessoas devem se comportar como adversários e não inimigos. A democracia exige o respeito às diferenças e recomenda uma boa relação entre todas as forças políticas. O que na teoria parece ser possível, já na prática…
Foto: Erivan Silva