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Reitor da Ufersa, José de Arimatea, abre IX Feira de Ciências do semiárido Potiguar que prossegue no Expocenter, em Mossoró

IX Feira de Ciências do Semiárido Potiguar prossegue até esta sexta-feira no Expocenter, na Ufersa

Reitor da Ufersa, José de Arimatea, abre IX Feira de Ciências do Semiárido Potiguar que prossegue no Expocenter

Até esta sexta-feira, 25, o público poderá conhecer as ideias inovadoras dos estudantes do ensino fundamental e médio das escolas que integram a Região Oeste do Estado. Ao todo, são 216 trabalhados selecionados entre 3.500 apresentados nas feiras de ciências escolares. É que foi aberta na noite de quarta-feira, 23, no Expocenter, no Campus sede da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), em Mossoró, a IX Feira de Ciências do Semiárido Potiguar.

A abertura contou com a participação do reitor da Ufersa, professor José de Arimatea Matos, e da prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarline (PP). A palestra de abertura foi com a estudante de Ciência e Tecnologia da Ufersa, Ekarinny Mirela Brito de Medeiros, de 19 anos, que repassou para os presentes sua experiência como jovem cientista ao ganhar por duas vezes a premiação nacional e uma internacional. “É algo gratificante e emocionante após três anos participando da Feira de Ciências do Semiárido hoje subir nesse palco como inspiração”, afirmou.

Para a jovem cientista, que durante toda a vida estudou em escola pública, também é muito inspirador poder olhar para a grande quantidade de estudantes fascinados pela ciência. “Acredito na educação, acredito na ciência como ferramenta eficaz de mudança social”, disse Ekarinny Brito. E para os participantes da Feira a dica é para “acreditar nos sonhos, que não seja qualquer obstáculo que possa atrapalhar a caminhada. Que tenham força, persistência e esforço para conseguir os objetivos”, deixou a dica.

Exemplo

Ekarinny Mirela falou aos presentes sobre experiência dela como jovem cientista 

Quem assistiu à palestra da jovem cientista pôde comprovar a determinação da estudante ao decidir participar da feira de ciência da Escola Estadual Hermógenes Nogueira, saindo do Conjunto Abolição IV, em Mossoró, para a Feira Internacional de Ciência e Engenharia, a Intel Isef, nos Estados Unidos, após ter sido premiada por duas vezes na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace).

Ao iniciar, Ekarinny agradeceu a conquista a todos os professores em nome da professora de biologia, Kiara, que a orientou nessa jornada iniciada em 2016, motivada por três amigos da escola, ela decidiu participar da feira de ciências. A partir daí, procurou entender o que é método científico e buscar um problema ainda sem solução. A primeira ideia foi transformar folhas secas do cajueiro numa embalagem de alimentos biodegradável, a embacaju. Com esse experimento venceu todas as fases chegando a Febrace, em São Paulo, conquistando o 2º lugar na área biológica, além de credencial para Mostra Tec, no Rio Grande Sul, conquistando o 1º lugar e, em 2018, participou como convidada de um Fórum Científico em Londres.

 

Em 2017, a embacaju é transformada em garrafa biodegradável, participando de todas as etapas da feira de ciências e conquistando pela segunda vez credencial para Febrace. E em 2018, a jovem cientista desenvolve um projeto ainda mais audacioso criando um cateter proveniente do aproveitamento do líquido da castanha do caju para prevenir infecção na corrente sanguínea. “Basicamente o que fiz foi um plástico com propriedades antimicrobianas a partir do líquido da castanha do caju”, resumiu. Esse experimento a credenciou para a Feira do Semi-Árido Potiguar (6 prêmios), para a Febrace (6 prêmios), culminado com a premiação na maior feira de ciência do planeta, a Intel Iself (2 prêmios), nos Estados Unidos. “A menina que saiu de uma escola pública do Conjunto Abolição conquistou o 1° lugar na Sociedade Americana de Patentes, e o 4º lugar na categoria Medicina Avançada, da Intel Iself”, contou, sendo aplaudida pelos demais estudantes que participam da Feira de Ciências do Semiárido Potiguar.

A trajetória da jovem estudante também é marcada por tristezas. Durante esse período de três anos perdeu a avó e também a mãe, ambas por enfarte, duas grandes incentivadoras de suas conquistas. “Não é sobre ganhar, sobre estar nesse palco, é sobre não desistir, encontrar na ciência, na educação, o caminho a seguir”, recomendou a jovem que “transformou a dor em força para vencer e ganhou o mundo com uma boa ideia”.

Fotos: Eduardo Mendonça 

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