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Sede do Instituto Serum em Pune, na Índia, durante incêndio

Incêndio atinge laboratório que fabrica vacina de Oxford na Índia

Sede do Instituto Serum em Pune, na Índia, durante incêndio (Foto: Reprodução)

Um incêndio atingiu, nesta quinta-feira, 21, uma fábrica do Instituto Serum, que produz a Covishield, vacina contra a Covid-19 desenvolvida por AstraZeneca e Universidade de Oxford. O prédio que pegou fogo fica na cidade de Pune, no oeste indiano.

Em publicação no Twitter, o CEO da empresa, Adar Poonawalla, disse que o acidente causou a “perda de algumas vidas”, mas não confirmou o número de mortos.

Acabamos de receber algumas atualizações angustiantes; após uma investigação mais aprofundada, soubemos que infelizmente houve algumas perdas de vidas no incidente. Estamos profundamente tristes e oferecemos nossas mais profundas condolências aos familiares dos falecidos”, escreveu.

Pouco antes, o executivo afirmou que a produção do imunizante contra a Covid-19 não foi danificada.

“Gostaria de tranquilizar todos os governos e o público de que não haverá perda de produção de Covishield devido a vários edifícios de produção que mantive em reserva para lidar com tais contingências”, disse.

A vacina produzida pela Serum é baseada nas tecnologias desenvolvidas pela AstraZeneca e pela Universidade Oxford. A depender da dosagem, pode ter de 62% a 90% de eficácia, e é oferecida em duas doses, com intervalo de 4 semanas entre as aplicações. Os testes foram realizados com 23.000 voluntários.

A vacina já teve uso emergencial ou limitado aprovado pelas autoridades sanitárias na Índia, no Paquistão, no Marrocos, no Reino Unido, na Argentina, no Brasil, no México e em El Salvador.

O Brasil espera a liberação da exportação de 2 milhões de doses da vacina, mas enfrenta dificuldades diplomáticas para viabilizar a chegada do imunizante.

O governo chegou a adesivar o avião da companhia Azul que buscaria as vacinas na Índia em 14 de janeiro. Na data, no entanto, o Ministério da Saúde afirmou que a partida da aeronave “foi reprogramada em algumas horas por questões logísticas internacionais”.

Também no dia 14, o site Hindustan Times publicou uma notícia informando que, segundo fontes do governo indiano não identificadas na matéria, não havia previsão de quando a Índia autorizaria o fornecimento dos imunizantes a outros países até aquele momento, incluindo o Brasil.

O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) telefonou para o chanceler indiano Subrahmanyam Jaishankar no mesmo dia. Jaishankar manifestou a intenção de atender ao pedido brasileiro “nos próximos dias”, mas não indicou uma data para que as doses da vacina sejam liberadas.

O chanceler indiano atribuiu o atraso na liberação a “problemas logísticos” decorrentes das dificuldades de conciliar o início da campanha de vacinação no país de mais de 1,3 bilhão de habitantes ao fornecimento de imunizantes para outras nações.

Na terça-feira, 19, o governo da Índia informou que começaria a enviar as vacinas produzidas no país para uma lista de nações vizinhas e parceiras a partir desta 4ª feira (20.jan). O Brasil não apareceu na relação. Até o momento, não há uma definição de prazo para o envio.

Incêndio

Em nota, o Ministério das Comunicações brasileiro destacou que “não houve prejuízo na produção das vacinas e nem no estoque” do instituto indiano. Eis a íntegra:

Na manhã de hoje, um incêndio atingiu o Instituto Serum, que produz a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford, em Pune, na Índia. Importante esclarecer que não houve prejuízo na produção das vacinas e nem no estoque.

Em publicação no Twitter, Adar Poonawalla, o CEO da empresa, explicou que as vacinas contra Covid-19 ficaram intactas. “Quero tranquilizar todos os governos e a população de que não haverá perda de produção da Covishield, devido a vários edifícios de produção que mantive em reserva para lidar com tais contingências”.

O incêndio atingiu dois andares do Terminal 1, onde está sendo construída uma nova fábrica. Bombeiros foram até o local com dez caminhões para o controlar o fogo e evitaram que o fogo se espalhasse.

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