Um incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu, no começo da noite deste domingo, 2, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona Norte da capital fluminense. O prédio histórico de dois séculos foi residência da família real brasileira e tem um dos acervos mais importantes do país – são cerca de 20 milhões de peças.
Aparentemente o prédio foi totalmente consumido. Grandes labaredas atingiam os dois andares, e estrondos eram ouvidos de tempos em tempos. “Começou por volta das 19h30. Eu moro pertinho e, assim que soube, vim pra cá. É uma pena, acho que não vai sobrar nada”, afirmou o advogado Marcos Antônio Pereira, de 39 anos, enquanto acompanhava o combate ao fogo.
Perdidos 200 anos de trabalho
O presidente Michel Temer lamentou na noite deste domingo o incêndio que atinge o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em nota, ele lembrou que foram “perdidos 200 anos de trabalho, pesquisa e conhecimento”. Temer classificou o episódio como perda “incalculável”.
“Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento.”
Em seguida, a nota afirma que: “O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos os brasileiros”.
Imensa tragédia
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, classificou como “imensa tragédia” o incêndio no Museu Nacional do Rio e disse que o dia é de “luto”. Em nota, ele lembrou que o local é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que reúne um “acervo fabuloso”.
Em nota, Sá Leitão ressaltou que foi assinado, em junho, um contrato de patrocínio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 21,7 milhões.
“Tenho procurado ajudar a instituição desde que entrei no MinC. O Instituto Brasileiro de Museus realizou diversas ações”, informa a nota.
O ministro alertou sobre a necessidade de dar mais atenção ao patrimônio nacional. “Infelizmente não foi o suficiente. Temos que cuidar muito melhor do nosso patrimônio e dos acervos dos museus. A perda é irreparável. Certamente a tragédia poderia ter sido evitada. O MinC está de luto. A cultura está de luto. O Brasil está de luto. É vital refazer o Museu Nacional, revendo também seu modelo de gestão. E investir agora para que isso não aconteça nos demais museus públicos e privados.”
Na nota, Sá Leitão lamenta que “aparentemente vai restar pouco ou nada do prédio e do acervo exposto. A reserva técnica não foi atingida. É preciso descobrir a causa e apurar a responsabilidade”.
Fonte: Agência Brasil