Homenagem a Iemanjá sendo acompanhada pelo respeitado babalorixá Melquesedeque, de Natal
Há onze anos a tradição é mantida. Neste sábado, 31, acontece o Cortejo de Iemanjá reunindo todos os adeptos da cidade de Areia Branca. O cortejo sairá da rua Duque de Caxias, a partir das 16h, fazendo o trajeto até o Cais Tertuliano Fernandes, de onde utilizando embarcações, os participantes levam os balaios com as oferendas e presentes para a Rainha do Mar.
Os organizadores dizem que a homenagem a Iemanjá é uma festa de todos, pois participam católicos, adeptos do candomblé e visitantes de cidades vizinhas e até da capital. Os presentes, por sua vez, são os mais variados, desde sabonetes, perfumes, flores, espelhos e bonecas.
Em nível local vem aumentando a participação popular nas homenagens à Rainha das Águas. Trata-se de ma festa tradicional em diversos estados, principalmente no Rio de Janeiro e na Bahia. Em Areia Branca, a festa tem registrado crescimento nos últimos anos.
A Festa de Iemanjá foi criada pelos ancestrais africanos que viviam na Bahia, na então capital da colônia. E fomentada, principalmente, por um grupo específico de baianos: os pescadores.
Origem
Culto a Iemanjá varia de região, mas o sentido da festa é o mesmo
Reza a tradição afro-brasileira que uma lenda Iorubá teria dado origem aos festejos. Ou seja: Iemanjá, filha de Olokum, casou-se com Olofin-Odudua, em Ifé, na Nigéria, e teve dez filhos, todos orixás. Acontece que a amamentação teria lhe deixado os seios avantajados e, cansada de viver em Ifé, Iemanjá fugira em direção ao ‘‘entardecer-da-terra’’.
Chegando a Abeokutá, Okerê lhe propôs casamento e ela aceitou, com a condição de que o marido jamais a ridicularizasse por conta dos seios enormes. Uma ofensa de Okerê causou fúria à filha de Olokum, que fugiu novamente, encontrando num presente do pai o caminho para as águas.
Nunca mais voltou para a terra. Iemanjá tornou-se a Rainha do Mar. E até hoje seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la.