Com as finanças combalidas e os recursos cada vez mais escassos, o poder público está cortando apoios financeiros aos eventos festivos e de cunho comemorativo, antes concedidos a título de incentivo cultural.
A alternativa para que os eventos, muitos já tradicionais, continuem acontecendo, é os organizadores buscarem apoio da iniciativa privada.
Projetos bem elaborados, trabalhados com bastante antecedência, podem assegurar boas cotas de patrocínio, conforme a natureza do evento e seu alcance popular.
A ideia vale para as casas de religiões afro-brasileiras de Areia Branca, que no último dia do ano de 2016 enfrentaram dificuldades para realizar o tradicional cortejo em homenagem a Iemenjá.
Ao contrário dos anos anteriores, dessa vez poucas pessoas conseguiram embarcar para acompanhar a entrega das oferendas à “Rainha do Mar”.
Sem os incentivos do poder público, apenas uma balsa foi disponibilizada para o cortejo, assim mesmo custeada pela própria organização, insuficiente para atender a demanda de religiosos, adeptos, simpatizantes e visitantes de outras cidades que participam do evento todos os anos.
O tradicional cortejo começa com uma caminhada saindo da Casa de Cultura de Matriz Africana, na rua Duque de Caxias, percorrendo o centro de Areia Branca, indo até o Cais Tertuliano Fernandes, onde acontece o embarque para a entrega das oferendas à divindade na foz do rio Apodi-Mossoró.