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Fundado em 17 outubro de 1872, o bravo jornal O Mossoroense chega aos 139 anos

Por Adriana Morais

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“O Mossoroense é um jornal jovem, com ideias jovens (…). Em síntese, essa é a nossa História. A história de um jornal mais que centenário, surgido no século XIX, que atravessou todo o século XX e desponta no século XXI como um jornal moderno com fôlego para lutar por mais uma centena de anos”.

JORNAL_MOSSOROENSE_CAPAAo longo dos anos o jornal tem se modernizado e acompanhado os avanços tecnológicos

As palavras do historiador Geraldo Maia resumem bem a filosofia do “O Mossoroense velho de guerra”. Aos 139 anos, completados na amanhã (segunda-feira), o jornal mantém a vitalidade, energia e espírito crítico que marcaram a sua fundação em 17 de outubro de 1872, por Jeremias da Rocha Nogueira. Jeremias da Rocha é filho de uma das mulheres mais famosas da História mossoroense, conhecida por Ana Floriano (comandante do Motim das Mulheres), tendo por pai o poeta Floriano da Rocha Nogueira. Definindo por historiadores como o pai da imprensa mossoroense, Jeremias da Rocha criou o periódico como uma resposta ao acirramento político entre liberais e conservadores. A linha editorial adotada pelo jornal refletia o pensamento liberal e o espírito combativo de Jeremias. Espírito esse que atravessou o século e permanece vivo até os dias atuais.

Sempre compromissado com a verdade e com espírito futurista, “O Mossoroense” é definido por historiadores como um órgão sensato da elite intelectual de Mossoró. Pelo periódico passaram grandes nomes do jornalismo do Estado, como Jeremias da Rocha Nogueira, José Damião de Souza Melo, Alfredo de Souza Melo, Antônio Gomes de Arruda Barreto, João da Escóssia, Dorian Jorge Freire, entre outros.

Apesar do idealismo e da vontade de manter sempre o leitor bem informado, “O Mossoroense” não ficou imune às dificuldades de manter um jornal deste porte em circulação. O periódico chegou a fechar por quatro vezes ao longo de sua História. A primeira foi em 1876, quando o primeiro dono, Jeremias, vendeu parte dos equipamentos, a outra parte foi enterrada em 1881 no quintal de sua casa, na antiga Rua das Flores, hoje Bezerra Mendes.

As máquinas foram desenterradas cerca de 30 anos depois, em 1911, por João da Escóssia, filho de Jeremias. Ressurgiu como “periódico humorístico”, sendo famosas as ilustrações em xilogravura de João da Escóssia, que variavam desde caricaturas a charges satirizando acontecimentos políticos.

Foram 32 anos de atuação, quando em 1934 foi fechado pela segunda vez. Na época, o proprietário e gerente Augusto da Escóssia não aceitou a censura imposta e preferiu suspender a circulação do jornal.

Em 1946, doze anos depois, o jornal reabre, sob o comando de Lauro da Escóssia com o auxílio dos filhos Lauro Filho e Danilo Couto da Escóssia, que começaram vendendo jornais e acabaram assumindo as oficinas e a redação.

Entre seus redatores estavam Dorian Jorge Freire, Vingt-un Rosado e José Augusto Rodrigues. Dorian acabou se tornando diretor do jornal em 1975, quando “O Mossoroense” já pertencia à família Rosado. Dorian ficou neste cargo até 1984, quando o jornal fechou mais uma vez.

O jornal reabriu em 1975 sob o comando do médico Laíre Rosado, que recebeu as ações do primo Rosado Cantídio e fez com que o jornal voltas-se a ser publicado logo após a enchente daquele ano. Desde então, este centenário passou por grandes inovações tecnológicas, marcado mais uma vez pelo pioneirismo ao ser o primeiro no Rio Grande do Norte a informatizar toda a sua redação; o primeiro a colocar uma página na internet; o primeiro a disponibilizar a versão em PDF na rede mundial de computadores e manter o maior acervo on-line de edições anteriores.

Atualmente, a direção do jornal “O Mossoroense” está a cargo de Lahyre Rosado Neto. Para ele, estar à frente do jornal que traz consigo memórias que ultrapassaram séculos é uma responsabilidade aliada à satisfação de dar continuidade a uma história de compromissos com o leitor que começou a ser escrita em 1872.

“Mais um ano à frente do jornal é uma satisfação. “O Mossoroense” sempre manteve o compromisso com a verdade, primando por repassar a informação de qualidade ao leitor”, finaliza o diretor. (Leia mais sobre os 139 anos do jornal O Mossoroense na edição do matutino deste domingo, 17).

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