O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, recebeu, na tarde desta quarta-feira, 7, o pedido da Prefeitura de Areia Branca para que a federação realize pesquisas e levantamento de dados sobre a pesca de atum no município. A solicitação foi feita em reunião com a prefeita Iraneide Rebouças (PSDB), que esteve na Fiern acompanhada de auxiliares.
A intenção é modelar a produção do pescado no município a partir de informações sobre a atividade como caracterização de frota, coleta de dados da produção por espécie e, assim, estender essa modelagem a outros pescados, como camarão e lagosta. Desta maneira, a gestão municipal poderia ter base para regulamentação da atividade e desenvolvimento de políticas públicas acerca dela.
A pesca é uma das principais atividades econômicas da cidade. De acordo com Iraneide Rebouças, são pescadas aproximadamente 510 toneladas por mês, totalizando cerca de 6 mil toneladas por ano. Atualmente, a pesca no município é desenvolvida de forma artesanal, caracterizada por embarcações de pequeno e médio porte, com baixa a média autonomia de pescaria. A atividade também inclui a prestação de serviço aos empresários da pesca do atum.
O diretor executivo da Pesca da Prefeitura de Areia Branca, Wilson Justiniano, aponta que a pesca do Brasil, em termos gerais, carece de dados para estabelecer sua regulamentação. Atualmente, Areia Branca é monitorada pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT), que na avaliação de Justiniano, não realiza um serviço satisfatório.
“A pesca do Brasil, até certo ponto, é desassistida. Não tem dados, os dados que tem são por estado, não tem por município. É uma estimativa que fazem da produção anual. Então, a nossa intenção é levar o Sistema S para lá e desenvolver esse trabalho”, afirma o diretor executivo.
A prefeita Iraneide Rebouças lembra que a iniciativa deve trazer um ganho importante para o município, atraindo mais negócios e gerando empregos. “Lá já tem empresas chegando visando esse negócio. É uma oportunidade muito boa de atrair novos empreendimentos”, disse. Ela comenta ainda que a Fiern, através do Observatório da Indústria Mais RN, será fundamental neste processo, tendo em vista a capilaridade dos serviços oferecidos pela Federação em municípios do interior do Estado.
O presidente Roberto Serquiz afirmou que o trabalho proposto está em completa consonância com a missão da Federação, que é prestar suporte a atividades importantes para a cadeia produtiva. “É tudo que a gente tem como missão, que é dar apoio a atividades, sobretudo a questão da cadeia produtiva”, disse. O presidente informou que irá levar a proposta ao líder do Sindicato da Indústria de Pesca do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN), Gabriel Calzavara, para que a ação possa ser desenvolvida em conjunto com o sindicato.
Há ainda a possibilidade de estender a coleta de dados para outros tipos de pescados, aumentando, assim, o nível de suporte à cadeia produtiva local, segundo Roberto Serquiz. “Eles falam especificamente no atum, mas nós vamos estender isso para lagosta, peixe, camarão, nós vamos fazer um levantamento de informações. Federação já recepcionou essa pauta”, finaliza.
Também estiveram presentes na reunião, o secretário de Obras do município, José Alfredo Rebouças, o assessor de projetos, Francisco Jânio, o gerente do Observatório da Indústria Mais RN, Pedro Albuquerque, e a presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RN (Sindiplast-RN), Maria da Conceição Tavares.
Texto e fotos: Líria Paz
