Monumento aos mártires, em São Gonçalo do Amarante
Neste dia 3 de outubro é feriado estadual no Rio Grande do Norte, em comemoração ao Dia dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú, segundo Lei Nº 8.913/2006. Nesta data, em 1645, o município de São Gonçalo do Amarante foi banhado com muito sangue, quando ocorreu o Massacre de Uruaçu, onde 28 cristãos foram mortos por índios e soldados holandeses.
Jacob Rabbi, alemão a serviço do governo holandês, vivia com os índios Tapuias, em conjunto com Paraopeba, chefe indígena, convertido ao calvinismo, lideraram o massacre.
Durante uma celebração, logo após a elevação da hóstia, soldados holandeses trancaram todas as portas da igreja, já esperando estavam os índios potiguares e tapuias que invadiram o local e mataram os colonos presentes a missa.
Foram praticados atos com requinte de crueldade. Alguns tiveram o direito a despedida. A sobrevivência dependia da conversão ao Calvinismo, fato rejeitado. Suas línguas foram arrancadas para que não fizessem orações católicas. Braços e pernas foram decepados, crianças partidas ao meio e muitos corpos degolados, foi o cenário do morticínio, porém todos oraram com muita fé até a morte.
O Padre Ambrósio Francisco Ferro, ainda vivo, foi muito torturado. Mateus Moreira teve seu coração arrancado pelas costas, e mesmo com todo o sofrimento ainda pronunciou “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Ninguém renegou a Deus e nem a Igreja, morreram com fé e fidelidade.Celebrações religiosas na Capela de Cunhaú e Santuário dos Mártires, em Uruaçu, marcam homenagens aos mártires
O processo de beatificação deu início em 15 de maio de 1988, quando Dom Alair Vilar iniciou o estudo sobre os mártires de Uruaçu e Cunhaú, designando posteriormente Monsenhor Francisco de Assis Pereira postulador da causa.
No dia 5 de maio de 2000 ocorreu a beatificação oficializada em Roma, pelo Papa João Paulo II.