Luciano Oliveira - [email protected]

Fala, Memória: a gente era feliz, sabia e aproveitava (conclusão)

2ª Parte (conclusão)

LATA VELHA

Os latas velhas sempre guardam muitas pasasgens interessantes na vida dos estudantes 

Na paródia que descortina esse conjunto de palavras, aparecem alguns nomes, dentre os quais gostaríamos de destacar o de Eilson Melo Santos, ou simplesmente “Eilson do Mel”. Eilson é uma figura bastante conhecida e igualmente querida por todos aqueles que tiveram e têm o privilégio de conhecê-lo e de conviver com ele; pois muito bem, este quase solitário torcedor do Clube Atlético Mineiro que vos escreve, foi e continua sendo um desses sortudos.

Pode parecer até exagero, porém, no período em que foi presidente da AUA – aliás, ele é e será sempre o Presidente de Honra dessa associação – não me lembro de ter visto Eilson com raiva ou destratando alguém, pelo contrário, ele sempre ajudava, sempre encontrava uma saída para aqueles que o procuravam. Ele fazia jus a outro provérbio bem conhecido, qual seja, “É como coração de mãe, sempre cabe mais um”, dizia ele ao referir-se ao ônibus. Por inúmeras vezes, várias pessoas, mesmo não sendo da Associação foram e/ou voltaram conosco, ele sempre arrumava um jeitinho. Tantas outras foram de carona até Mossoró para as festas na Estação das Artes, muitas vezes convidadas por um dos associados. Na cabine do Teodoro sempre tinha lugar, sempre cabia mais um.

Recordo que a inadimplência tão bem retratada na pândega de Paulinho, intitulada “Os velhacos”, não era o único problema a resolver, existiam outros tantos; a maioria, facilmente evitáveis se algumas pessoas deixassem de olhar apenas para o próprio umbigo. Mas, voltemos às coisas agradáveis, pois indivíduos assim, desfortunadamente, jamais se extinguirão.

Já que estamos falando em – pessoas importantes (risos) – presidentes, não podemos nos esquecer de duas grandes figuras, que tal como Eilson doaram parte de seu tempo para colaborar com os estudantes universitários de Areia Branca, foram os nossos amigos Glauco Araújo ou simplesmente, Glauquinho, e Fábio Júnior. A vocês três, meus caros, ¡Muchas gracias!

Já que começamos a – por assim dizer – “dar nomes aos bois”, então prossigamos.

Aquela época memorável foi partilhada com e por muitos colegas. Evidentemente, recordamos com maior facilidade aqueles que contribuíam e compartilhavam diretamente conosco daquelas alegrias e das fartas risadas. Aproveitamos então, para pedir licença e permissão para a divulgação de alguns nomes, como também para desde já nos desculparmos pelo possível olvido de um ou outro.

No fundão do Teodoro, normalmente ficavam ou apareciam por lá: Robson Lucy, Henrique, Paulinho, Christian, Jeferson, Lidiane e Eliane (egrégias representantes do time feminino), Cícero, Demóstenes, os Júnior´s – o de Zé de Nelson e o de Valdemar, Janailson, Matias (meu eterno e ilustre companheiro da Academia “Magros para Sempre”), Onésimo, Reginaldo de Chico Lopes, Glauquinho, Fábio Júnior e este que vos escreve, é óbvio. Ah! Hânia também era presença certa e marcante. Vale lembrar ainda que, imediatamente após o sorteio, os associados que haviam sido contemplados com um assento no lugar destinado a fuzaka, logo davam um jeito de cambiar seus lugares com os afeitos àquela famigerada farra.

FABIANO SILVA, PROFESSOR Do IFRN

Fabiano, hoje professor de Espanhol do IFRN

Dentre os ingredientes da nossa fuzaka, ainda não discorremos sobre a farofa. Pois bem, vamos a ela. Funcionava assim: todo semana um de nós ou até mesmo um simpatizante ficava responsável por providenciá-la e é claro que não havia qualquer tipo de exigência ou restrição, o que vinhesse a gente – grosso modo – traçava. A farofa estava para nós, como o Cachimbo-da-Paz está para os índios; juntamente com o refrigerante ela era a materialização da nossa união em torno daquela “celebração”, ambos passavam de mãos em mãos e todos nós comíamos e bebíamos.

Não entrarei em detalhes sobre o Paster por se tratar de algo que, a meu ver, é demasiado especial, tem um caráter muito íntimo, estreito. O Paster era para poucos, foi experimentado e vivenciado por poucos, outros poucos se deliciaram com ele, portanto penso que poucos devem ficar sabendo do que se tratava. Creio que essa informação seja tão valiosa como um tesouro. Oxalá continuemos guardando-a muito bem! De uma coisa estou seguro, o Paster era único, sem comparação. Deixarei que ele povoe a imaginação de todos quantos percorrem com a vista esse humilde relato de um tempo no qual a gente era feliz, sabia e aproveitava!

Sinto muitas saudades daquele tempo espetacular, sinto, sobretudo, uma profunda gratidão a Deus que me permitiu vivenciar toda aquela alegria, sinto uma enorme satisfação e sei que foi um privilégio incomensurável ter vivido momentos cuja palavra “indescritíveis” não seria suficiente para qualificar e descrever tais momentos, sabem por quê? Porque a gente era feliz, sabia e aproveitava. E como aproveitava!

* José Fabiano Pereira da Silva, areia-branquense, professor de Língua Espanhola do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Ipanguaçu. ([email protected])

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