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Fala, Memória: “Chico de Neco Carteiro”: o amor por Areia Branca e a ousadia de enfrentar a fugacidade dos tempos de hoje

CHICO DE NECO CARTEIRO O mundo do século XXI é consumido pela fugacidade das coisas, dos fatos… e de tudo. Isso não significa somente que os afazeres se cumprem automaticamente tão rápido quanto se exige. A questão é que a duração de tudo é que se faz pequena, que não se permite tardar. Deixa-se passar, e sem se perceber, os dias, as noites, os amigos… e até mesmo os amores.

Deixa-se tudo pra lá. É uma realidade onde o instantâneo se mistura com o efêmero. É onde efemeridade e instantaneidade, conceitos que poderiam não ser exatamente a mesma coisa, mesclam-se e confundem-se na rotina das pessoas dos tempos de hoje.

“Chico de Neco Carteiro”, um poeta apaixonado por sua terra, Areia Branca

Por isso, é tão espantoso testemunhar a ousadia do escritor areia-branquense Francisco Rodrigues da Costa, o nosso “Chico de Neco Carteiro”. Ele desafia a Ligeireza e a Indiferença dessa “Era Pós-Contemporânea”. Atrevesse-se a contar doces histórias de “tempos de antigamente”. Fatos e casos simples vividos por ele. E não tem pressa nesse caminhar. Segura a nossa mão e, com a leveza de sua narrativa, carrega-nos de volta pelo tempo. Num toque sutil de transcendentalismo, causa-nos a sensação de ter vivenciado, em carne e osso, de verdade, tudo aquilo que ele nos conta.

Mas, Chico não pára por aí. Ele sempre vai um pouco mais adiante. Em seu último livro, “Caminhos de Recordações”, lançado em Natal na Livraria Siciliano do Shopping Midway no dia 4 de novembro deste ano, onde estive presente, e a exemplo do que já havia feito em “Saudades” e “Folhas de Outono”, obras anteriores, ele aproveita a oportunidade e escancara, sem nenhuma vergonha, sua enorme paixão pela Cidade de Areia Branca. Chico morre de amores por ela. E faz questão de dizer isso a qualquer um.

No derradeiro parágrafo da página 50 de Caminhos de Recordações, ele dimensiona essa paixão pela terra natal, quando escreve: “… condene os meus rabiscos, mas, pelo amor de Deus, me perdoe por não esquecer Areia Branca.”. Um pouco mais além, na página 108, após haver contado que um exemplar de Folhas de Outono faz parte dos Arquivos e Bibliotecas da Universidade de Salamanca na Espanha, Francisco Rodrigues da Costa transpassou todas as dimensões do sentimento ao dizer: “…Fico orgulhoso pelo feito. Mas me envaidece, muito mais, eu ter contribuído, também, para que o nome de minha querida Areia Branca seja lembrado em lugares do Primeiro Mundo…”.

Ante tudo isso, creio em que não me resta nada mais a acrescentar, além de dizer que não sei dizer o quanto me senti honrado em conhecer Chico de Neco Carteiro, uma pessoa que quer tanto Bem à Cidade onde nasci.

Marcelo Mendonça, de Brasília

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