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Ex-padre Wagner Augusto Portugal contou todo o esquema aos promotores (Foto: Reprodução)

Ex-padre admite participação em desvio de R$ 52 milhões envolvendo a Igreja no Rio de Janeiro

Ex-padre Wagner Augusto Portugal contou todo o esquema aos promotores do MP (Foto: Reprodução)

O ex-padre Wagner Augusto Portugal foi, durante anos, o braço direito do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta. Portugal, que perdeu o direito de usar a batina, agora, é um dos principais colaboradores da Operação S.O.S. — um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio. Como delator premiado, ele confessou sua participação em um desvio milionário dos cofres estaduais que envolveram a organização social católica Pró-Saúde, em 2013.

O homem forte da Pró-Saúde, que chamava Dom Orani de você — muito distante do protocolar “Eminência” reservado aos demais cardeais — e que frequentava a residência oficial do cardeal arcebispo, contou o que sabia aos procuradores do Ministério Público.

A investigação corria em segredo, até o ex-governador do Estado, Sérgio Cabral, em uma nova estratégia da defesa, falou ao juiz Marcelo Bretas. “Não tenho dúvida de que deve ter havido esquema de propina com a OS (organização social) da Igreja Católica, da Pró-Saúde. Não tenho dúvida. O Dom Orani devia ter interesse nisso, com todo respeito ao Dom Orani, mas ele tinha interesse nisso. Tinha o Dom Paulo, que era padre e tinha interesse nisso. E o Sérgio Côrtes nomeou a pessoa que era o gestor do Hospital São Francisco. Essa Pró-Saúde certamente tinha esquema de recursos que envolvia religiosos. Não tenho a menor dúvida”.

Ex-padre Wagner Augusto Portugal era o homem forte do Pró-Saúde (Foto: Reprodução)

A Pró-Saúde é uma das maiores entidades de gestão de serviços de saúde e administração hospitalares do país. Sediada em São Paulo, a organização encontrou no Rio de Janeiro um local para se desenvolver. Os contratos com a administração fluminense chegaram a representar 50% do faturamento nacional da entidade, que cresceu de R$ 750 milhões, em 2013, para R$ 1,5 bilhão, em 2015. Formação de quadrilha; organização criminosa; peculato; lavagem de dinheiro; constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo; e corrupção ativa e passiva. Estes são alguns dos crimes apurados pela Operação S.O.S..

A revista ÉPOCA desta semana, conta, a partir da delação de Wagner Augusto Portugal, como funcionavam os negócios suspeitos da saúde pública do Rio de Janeiro envolvendo a Igreja e o governo do estado. (Com informações ÉPOCA).

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