Três deputados fizeram um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o senador Cid Gomes (PDT-CE) por possível tentativa de homicídio de policiais militares e danos ao patrimônio público. O documento foi registrado na 34ª Delegacia de Polícia do Ceará e é capitaneado pelo deputado federal capitão Wagner (Pros-CE), adversário político dos Ferreira Gomes no Estado.
Na tarde de quarta-feira, 19, Cid Gomes foi baleado ao avançar com uma retroescavadeira sobre um piquete feito por policias militares em greve. Em vídeos que mostram o momento dos disparos, Cid dirige a retroescavadeira em direção quartel onde estão os PMs e arranca o portão de entrada com a pá do trator.
Em vídeo divulgado no seu Facebook na noite desta quarta, Wagner afirma que o senador “atentou contra a vida de vários policiais militares”. Ele está acompanhado dos deputados major Fabiana (PSL-RJ) e capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), ambos ligados à área da Segurança Pública.
“Quem o senhor pensa que o senhor é? O senhor acha que o policial não é um ser humano? Usar um trator para passar por cima dos policiais… Sinceramente uma atitude altamente reprovada, repugnante e o senhor vai responder por isso”, disse Neto.
“Não aconteceu uma tragédia maior não foi porque você quis não, porque o que você queria era causar a morte de policias militares e seus familiares, que tanto sofrem com a falta de condições de trabalho”, completou Fabiana.
Procurada, a assessoria do senador não respondeu até a publicação desta reportagem.
Sem risco de morte
O senador Cid Gomes (PDT-CE) recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Coração de Sobral, na manhã desta quinta-feira, 20. Ele foi transferido para a enfermaria. Segundo boletim médico divulgado às 8h40, Cid “evoluiu sem intercorrência nas últimas horas, mantendo-se hemodinamicamente estável e com padrão respiratório normal”.
Como consequência do episódio, uma série de autoridades próximas ao senador foram a Sobral, que fica a 231 km da capital do estado, para acompanhar o atendimento médico ao congressista cearense, entre eles o governador Camilo Santana (PT), o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), e o presidente da Assembleia Legislativa do estado, José Sarto (PDT).
Caso repercute em Brasília
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou nota sobre o caso.
“Acompanho com preocupação os desdobramentos do ocorrido com o senador Cid Gomes, na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral, no Ceará. Entrei em contato o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o governador do Ceará, Camilo Santana, para obter informações e garantir a segurança do parlamentar”, escreveu Alcolumbre.
Também em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que “está acompanhando a situação no Ceará e analisando as providências que podem ser tomadas. Já foram enviadas equipes da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal para Sobral para garantir a segurança do Senador Cid Gomes“.
Pouco antes de ser baleado, o senador publicou um vídeo no Twitter criticando a greve dos policiais. (Com informações Congresso em Foco).