Luciano Oliveira - [email protected]

BRASÍLIA, DF, 06.06.2017: TSE-DF - Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, onde será julgada a chapa Dilma-Temer, nesta terça-feira (6). (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)

Coronavírus poderá mudar rumo das eleições: pleito poderá ser adiado? Atuais mandatos poderão ser prorrogados?

Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)

Diante da previsão dos órgãos de saúde que o pico dos casos de coronavírus (Covid-19) no Brasil aconteça em maio, podendo se estender para junho, começa a surgir questionamentos quanto às eleições municipais de 2020.

Por enquanto os tribunais eleitorais não fizeram qualquer menção sobre o assunto. Mas certamente o processo eleitoral será afetado, considerando que faltam pouco mais de sete meses para as eleições.

O conceituado comentarista político Igor Maciel, do Jornal do Comércio do Recife (Coluna Cena Política) fez uma análise precisa sobre o assunto, onde observa, por exemplo, que as convenções podem ser comprometidas e ainda não se sabe como vai ficar a campanha eleitoral. Por enquanto, não se fala em adiar o pleito.

Leia abaixo, o que escreveu o jornalista Igor Maciel sobre o assunto.

Nas discussões sobre usar o dinheiro do fundão eleitoral ou não para ajudar no controle da Covid-19 no Brasil é preciso que se pergunte, também, se as eleições correrão o rumo normal ou não em 2020.

É muito cedo, ainda, para se falar em adiar o pleito ou coisa do tipo. Mas é impossível não ter o rumo natural da disputa alterado, inclusive da campanha eleitoral, nos 45 dias em que ela acontece. Basta fazer as contas. A previsão dos órgãos de saúde é que o pico dos casos no Brasil aconteça em maio, podendo se estender para junho.

Depois, ainda haverá mais alguns meses com a regressão do número de ocorrências. As convenções, por exemplo, estão marcadas para julho. Será possível já promover aglomerações sem colocar em risco a vida dos militantes, em julho?

É difícil imaginar que o restante da campanha também não será impactado. Candidatos continuarão fazendo comícios, caminhadas, abraçando eleitores, tranquilamente?

Na Itália já há casos de pessoas que pegaram o vírus pela segunda vez, depois de terem sido curadas. Uma vacina já está sendo testada nos EUA, mas sua produção deve demorar mais um ano.

Ninguém discute que o fundo eleitoral é muito menos importante do que usar esse dinheiro, mais de R$ 2 bilhões, para promover a saúde das pessoas.

Mas, até que ponto ele será mais ou menos necessário, já que a campanha terá que ser, provavelmente, adaptada? Como será essa adaptação?

O TSE precisa estudar as possibilidades e apresentar aos partidos.

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