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Comunidade católica vive a expectativa da escolha do novo papa a partir desta terça-feira; neste primeiro dia do conclave a votação é opcional

1Começa o processo de escolha do novo papa

É pequena a probabilidade de já sair fumaça branca da chaminé da Capela Sistina nesta terça-feira, 12, primeiro dia do conclave, indicando que o sucessor de Bento 16 foi escolhido, informou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi nesta segunda. As reuniões preparatórias para a eleição terminaram ontem.

Hoje, pouco antes das 16h no horário local (12h em Brasília), os cardeais vão se reunir na Capela Paulina, que fica no Palácio Apostólico, dentro do Vaticano, de onde partirão em procissão até a Capela Sistina, não muito longe dali. Os cardeais farão, então, um juramento antes de as portas da capela serem fechadas. Depois, farão uma meditação e, possivelmente, votarão pela primeira vez.

Por ser o primeiro dia do conclave, a votação hoje é opcional, segundo o padre Lombardi. “Como são diversos procedimentos com os quais os cardeais têm de se familiarizar, pode não haver tempo para realizar o primeiro escrutínio”.

E com todos os ritos, a tão esperada fumaça, que indicará o resultado da votação, também poderá demorar um pouco mais a ser emitida. Em 2005, comparou Lombardi, o sinal foi visto pela primeira vez às 20h04 no horário local.

A escolha do novo pontífice será realizada por 115 cardeais –todos já estão no Vaticano, inclusive os cinco brasileiros que participarão da votação: dom Raymundo Damasceno Assis, 76; dom Odilo Scherer, 63; dom Geraldo Majella Agnelo, 79; dom Cláudio Hummes, 78; e dom João Braz de Aviz, 64.

São aptos a votar apenas os cardeais com menos de 80 anos. A presença deles, segundo o Vaticano, é obrigatória. No entanto, dois eleitores não poderão comparecer e as justificativas foram aceitas pelo Colégio de Cardeais.

O cardeal indonésio Julius Darmaatjadja, arcebispo emérito de Jacarta, havia comunicado que não conseguiria tomar parte no conclave por motivo de saúde.

Já o cardeal Keith O’Brien, que renunciou ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo após ser acusado de “comportamento inadequado” nos anos 80, também manifestou que não irá participar da votação. Ele admitiu que sua “conduta sexual” não foi sempre a que se esperava dele.

Funcionamento do conclave

1O papa Bento 16 renunciou ao cargo no último dia 28

Durante o conclave, todos os eleitores ficam confinados na Capela Sistina. Na hora da votação, cada cardeal escreve o nome do candidato escolhido em uma cédula sob a frase “Escolho como sumo pontífice” e deposita seu voto em uma urna.
Os nomes escritos nas cédulas são lidos em voz alta pelo cardeal camerlengo, Tarcisio Berto, e seus três assistentes.

Será declarado papa aquele que obtiver dois terços mais um dos votos. Com um Colégio de Cardeais de 115 eleitores, o próximo pontífice terá de receber ao menos 77 votos.

Se nenhum cardeal receber essa quantidade de votos, as cédulas serão queimadas, uma fumaça preta sairá da chaminé da capela Sistina e a votação será retomada.
Se os cardeais não chegarem a um consenso até o quarto dia de votação, será feita uma pausa para oração e diálogo entre os eleitores.

A votação reinicia no sexto dia e vai até o 12º. Outras pausas são feitas no sétimo e décimo dia. Após 12 dias e 34 votações, o sistema muda e a escolha passa a ser entre os dois mais votados no 34º turno. No entanto, permanece o quórum de dois terços.

Quando o novo papa é escolhido, uma fumaça branca sai da chaminé e soam os sinos da basílica como sinal de que a votação chegou ao fim.

Fonte: Portal UOL

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