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"Ademir Animal", de bermuda laranja no centro da foto, foi homenageado em velório por amigos e familiares — Foto: Anderson Dermani/arquivo pessoal)

Com fama de “bon vivant”, homem é velado em bar, com direito a banda de forró e bebidas em RO

“Ademir Animal”, de bermuda laranja no centro da foto, foi homenageado em velório por amigos e familiares (Foto: Anderson Dermani/arquivo pessoal)

Um homem foi velado em um bar, mas o que parece uma das histórias do escritor Jorge Amado, na verdade aconteceu na área central de Porto Velho (RO). Ademir Rapo da Costa, que preferia ser chamado de “Animal”, em analogia ao jogador Edmundo, morreu na última semana, aos 56 anos, vítima de câncer na próstata. Segundo a família, era um homem animado que adorava carnaval e era torcedor fiel do Flamengo.

A morte de uma figura tão conhecida no local deixou menos alegre a comunidade do bairro Mato Grosso, onde “Ademir Animal” morou desde a infância. Contudo, a tristeza pela ausência do morador só pôde ser sentida nesta segunda-feira, 15, depois do velório que durou três dias e que, a exemplo do personagem Quincas Berro d’Água, de Jorge Amado, foi realizado em um bar, ao som de uma banda de forró e com muita cerveja.

“Ele não gostava de tristeza, sempre que um conhecido morria, ele insistia para que o velório fosse regado a música e bebida”, explicou Anderson Dermani, sobrinho de ‘Adenir Animal’ e um dos incentivadores da homenagem. “O velório começou na sexta-feira, e só terminou na madrugada de domingo”, acrescentou. O enterro também foi acompanhado de música e futebol. “Fizemos um cortejo bem animado, com direito a parada no campo da AFA, onde ele costumava jogar bola”, afirma Anderson.

Além do velório acontecer no bar que “Ademir Animal” costumava frequentar, localizado a poucos metros da casa onde morava, ele foi velado ao som de uma banda de forró que, segundo os sobrinhos Adriano e Adson Tejas, foi contratada por amigos de Ademir para tocar no momento fúnebre e chegou a entoar o hino do Flamengo. O velório teve início na casa da família, depois de dois dias, na noite de sábado para domingo, o corpo foi levado para o bar.

A semelhança com a história escrita por Jorge Amado é coincidência, mas quem conhece a obra liga a ficção com a realidade, uma vez que a vigília do corpo de Quincas Berro d’Água também foi regada a bebidas, até que os amigos dele resolveram levar o corpo para um passeio, passando pelos lugares frequentados por Quincas em vida.

No final, como fez o personagem de Jorge Amado, “Ademir Animal” deixou uma reflexão sobre a morte que, segundo a família dele, deve render boas e longas conversas em mesas de bar. “As mensagens dele eram sempre alegres e descontraídas”, disse um sobrinho. (Com informações G1 RO).

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