A Soma e seus personagens irreverentes
Imagine um bloco que sai apenas uma vez a cada Carnaval, na segunda-feira. Não tem venda de abadás nem critérios a serem obedecidos. Cada um brinca do jeito que estiver ou quiser, a única regra é dar asas à imaginação, abusar da criatividade. Figuras bizarras e irreverentes surgem de todos os lugares, transformando as ruas da cidade literalmente num palco de horror, ou de humor, já que alegria é a palavra de ordem.
O bloco em questão começou como uma “troça” que virou mania e tem um nome tão sugestivo quanto a sua origem: “A Soma Dá Mais de 300”. No início eram cerca de 15 integrantes, pessoas da mesma família e amigos próximos que resolveram formar um bloco para brincar um Carnaval diferente, onde cada componente criava a sua própria fantasia.
Sem que ninguém percebesse, com o passar dos anos “A Soma” se agigantou, ganhou as ruas e uma legião de foliões vindos de todos os recantos do Estado. Para este ano, a organização do bloco não tem nem ideia da quantidade de pessoas que estarão nas ruas de Areia Branca nesta segunda-feira de Carnaval.
Para os que brincam no bloco “A Soma” fica a sensação de um resgate dos saudosos carnavais com orquestras de frevo, fantasias e animação ilimitada. A grande maioria brinca com aparatos que vão além da imaginação.
O saudosismo marca presença nas fantasias que lembram os carnavais de antigamente, eternizados pelas “troças” nas ruas e os tradicionais e concorridos bailes de salão.
Panteras, tigresas… todos se encontram na segunda-feira com o mesmo propósito: diversão!
As fantasias preferidas das crianças, jovens e adultos são as que lembram os heróis dos quadrinhos. As drag-queens também dão um colorido especial ao evento. Mas são os personagens da televisão e do cinema que atraem os que brincam e os que se encantam, mas não se aventuram a cair no frevo.
Além dos foliões do Rio Grande do Norte, o bloco recebe visitantes de vários estados brasileiros e até do exterior. No meio da multidão estão políticos, profissionais da medicina, empresários, artistas, educadores, servidores públicos, donas de casa, garis… No mundo mágico, que é o bloco “A Soma”, todos são iguais. Democracia plena.