O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA) iniciou na sexta-feira, 20, a remoção dos resíduos coletados nas praias atingidas pelo derramamento de óleo no litoral do Nordeste. A ação faz parte do processo de articulação feito pelo Comando Unificado de Incidentes do RN, por meio da parceria firmada entre o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e a Fábrica de Cimentos Mizu, para tratar da destinação, especificamente o aproveitamento do resíduo para o setor cimenteiro.
Em novembro, o diretor geral do Idema, Leon Aguiar, esteve no local para visitar as instalações e analisar a possibilidade da empresa recepcionar o material. Segundo o diretor geral, a parceria com a Mizu foi estabelecida após vistoria e análises técnicas realizadas pela equipe do órgão ambiental. “Visitamos as instalações, realizamos uma análise prévia e foi verificado que a fábrica possui capacidade suficiente para o processamento dos materiais oleosos, que serão facilmente incorporados ao processo produtivo da empresa, atendendo aos princípios do reaproveitamento e da sustentabilidade”, afirmou.
O responsável pela pasta ambiental do Estado ressalta, ainda, que o órgão realizou diversas reuniões com empresas para discutir o direcionamento do que seria feito com o material. “Estudamos alternativas de reaproveitamento desse material, com o objetivo de termos uma solução mais sustentável possível, e a atividade cimenteira é capaz de recepcionar esse resíduo para utilizar como combustível em todo seu processo industrial”, reiterou Leon Aguiar.
Até o momento, o armazenamento e manejo desse material, estava sob responsabilidade das prefeituras. Entretanto, na sexta-feira o Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado por Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizou a remoção dos resíduos, que estavam armazenados na cidade de Tibau do Sul.
Já no sábado, 21, foi a vez de retirar 22 big bags das 61 existentes, da Estação de Transbordo de Campo de Santana, no município de Nísia Floresta. As 39 restantes serão levadas nesta segunda-feira, 23, em outra operação da Petrobrás, em parceira com a Capitania dos Portos. Ao todo, serão transportadas 34 toneladas (volume coletado pelas prefeituras atingidas) até a destinação final, no município de Baraúna, onde fica a Fábrica da Cimento Mizu.
O trabalho só foi executado, após ter sido estabelecidos os procedimentos, datas para as operações e também o encaminhamento das informações necessárias para a formalização e execução da operação de transporte. Paralelo a este trâmite, o Idema elaborou nota técnica com as instruções a respeito do transporte e destinação, que está disponível no site institucional (www.idema.rn.gov.br).
De acordo com um dos representantes dos municípios afetados e secretário Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana de Tibau do Sul, Leonardo Tinoco, a remoção dos resíduos era etapa que faltava para finalizar o processo de enfrentamento da presença do óleo. “Desde o primeiro momento os municípios fizeram seu papel, auxiliaram na limpeza, coleta e armazenamento temporário, mas faltava o processo de destinação final, pois estávamos acondicionando produto químico Classe 1, destacado como um tipo de resíduo que necessita de um tratamento especializado. Em Tibau do Sul, o GAA está levando 11 bombonas completas, que totalizaram 3 toneladas”, explicou o secretário.
O gestor municipal ressaltou, ainda, a importância da articulação institucional estabelecida. “A junção de esforços entre as gestões municipais, estadual e federal foi fundamental para chegarmos a este resultado. A solução encontrada evita que esse óleo vá para lixões, aterros ou incineradores, o que causaria outros problemas para a Natureza”, ponderou Tinoco.
Mizu Cimentos Especiais
Cobrindo todo o território nacional com fábricas próprias ou centros de distribuição, a Mizu tem capacidade para fornecer 4 milhões de toneladas de cimento por ano. A Unidade de Baraúna (RN) foi inaugurada em 2012, localizada à 260 km da capital potiguar (Natal), e se destaca por oferecer cimento de alta qualidade (CP II E 32 RS e CPV ARI RS).
Óleo no RN
Até o momento, o Rio Grande do Norte é um dos estados da região Nordeste menos afetado pela presença de óleo nas praias. As informações sobre a presença dos resíduos no litoral potiguar, através de boletins, relatórios de monitoramento, vistoria, análise de correntes marítimas e diversas orientações à população, estão disponíveis em: www.idema.rn.gov.br e www.gabinetecivil.rn.gov.br