Em entrevista exclusiva a VEJA, de duas horas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falou com o diretor de redação, Mauricio Lima, e o redator-chefe Policarpo Junior sobre as reformas propostas por seu governo, a possibilidade de reeleição, os filhos, Fabrício Queiroz, o guru Olavo de Carvalho, as trapalhadas de ministros, Lula, o PT, sabotagens, tuitadas e o atentado que sofreu durante a campanha, tema que, ao ser invocado, mudou completamente o ritmo da conversa, a fisionomia e o humor do presidente.
Em uma das respostas, ao comentar sobre a prisão de Lula, lembrou de seu próprio encarceramento – por conta de uma punição militar na década de 1980: “Mesmo dentro do quartel eu senti, imagine o Lula (que está) dentro de uma cela”. Apesar de notar o sofrimento do petista, negou que sinta qualquer compaixão: “Ele estava trabalhando para roubar também a nossa liberdade”.
Leia um trecho da entrevista, que estará na edição de VEJA que começa a circular nesta sexta-feira, 31.
VEJA: O presidente Lula, pelo Twitter, tem postado críticas ao senhor e a seus filhos.
BOLSONARO: Em 1986, quando eu fiz aquele artigo na revista VEJA em que defendi aumento de salário para os militares, fui punido acertadamente pelo ministro do Exército com quinze dias de prisão. Minha prisão não foi dentro de uma cela, foi dentro do quartel. Porque eu não era uma pessoa perigosa para estar trancafiado naquele local. E mesmo dentro do quartel você sente. Imagine o Lula dentro de uma cela. O cara sente. Costumo dizer muitas vezes: se você está comendo coisa não muito boa e passa a comer uma coisa boa, legal. Mas, quando você está comendo bem e volta a comer uma coisa ruim, você sente. Ele saiu de uma situação de líder para a de um cara preso, condenado por corrupção. Apesar disso, não tenho nenhuma compaixão em relação a ele. Ele estava trabalhando para roubar também a nossa liberdade.