
Ao falar pela primeira vez sobre as movimentações financeiras identificadas em suas contas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que o dinheiro dos depósitos fracionados feitos em 2017 é proveniente da venda de um apartamento na Zona Sul do Rio. A explicação foi dada por ele em entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, da TV Record, na noite de domingo, 20.
“Tentam de uma forma muito baixa insinuar que a origem desse dinheiro tem a ver com um ex-assessor meu ou terceiros. Não tem. Explico mais uma vez. Sou empresário, o que ganho na minha empresa é muito mais do que como deputado. Não vivo só do salário de deputado”, afirmou Flávio.
Ele também disse que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica Federal, também relatado pelo Coaf, se refere à compra deste mesmo imóvel. Ele diz que fez um financiamento no banco público ao comprar o apartamento.
Na entrevista para a Record, o atual deputado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) disse que recebeu parte do pagamento da venda do imóvel em dinheiro e que fez os depósitos fracionados, que somam R$ 96 mil , no caixa eletrônico da Alerj por ser o local onde ele trabalhava. Segundo disse na entrevista, R$ 2 mil é o limite aceito no caixa eletrônico.
Flávio negou que tenha recorrido à prática de reter parte do salário de funcionários de gabinete na Alerj. “No meu gabinete não. Se eu soubesse de alguém que estivesse cometendo isso, era o primeiro a denunciar, a mandar prender porque quem me conhece sabe que não tem sacanagem comigo. Em alguns períodos no meu gabinete cargos ficaram vagos. Se eu tivesse o intuito de ganhar dinheiro com isso eu ia deixar cargo vago?”, indagou.
Flávio também disse que a demora no posicionamento do seu ex-assessor Fabrício Queiroz é a principal responsável por gerar a situação.
Ainda durante a entrevista, o senador eleito negou que tenha feito um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira, 17, para requisitar foro privilegiado. Segundo ele, foi apenas uma consulta sobre onde deveria ser analisado seu caso.
Em outra entrevista na noite de domingo, desta vez à RedeTV!, Flavio sugeriu que as investigações contra ele têm o objetivo de atingir seu pai. O deputado chegou a dizer que está sendo vítima de uma “arapuca”.
“Deixou de ser uma investigação para virar perseguição e atingir o presidente da República”, disse.
Flávio reclamou de falta de isenção do Ministério Público e disse está sendo tratado diferentemente dos demais investigados. (Com informações O Globo).