Protesto no dia 3 de outubro motivado pelo assassinato do taxista “Chaguinha da Praça”
Diante da situação de insegurança que predomina em Areia Branca, a paciência do cidadão está no limite. Como no faroeste, a cidade está infestada de meliantes armados praticando todo tipo de crime, à luz do dia e na calada da noite. As pessoas de bem são prisioneiras em seus próprios lares, enquanto a bandidagem faz a festa, diante da fragilidade do aparato de segurança disponível para “proteger” a população.
Nesta segunda-feira, 3, pela manhã, um grupo formado por representantes de diversos segmentos mais uma vez protestou contra a falta de segurança, queimando pneus no trecho da BR-110 próximo ao acesso à praia de Upanema, já quase na zona urbana. Com as chamas e a fumaça a área foi interditada e paralisou o tráfego por cerca de uma hora.
Coincidência ou não, há exatos 60 dias (no dia 3 de outubro) foi realizado um protesto idêntico no trecho da BR-110 que dá acesso ao município de Serra do Mel, onde um dia antes o taxista de nome Francisco das Chagas Silva, mais conhecido por “Chaguinha da Praça”, havia sido vítima de latrocínio (assalto seguido de morte). A tônica do protesto foi a mesma do movimento de hoje: clamor pela falta de segurança.
A iniciativa é louvável, mas queimar pneus em rodovia não vai resolver o problema. A questão é mais complexa do que se imagina e envolve uma série de fatores. A começar pela falta de voz dos areia-branquenses na esfera estadual. Quem já dispôs a “peitar” o Governo do Estado para cobrar o envio de um contingente policial condizente com as necessidades da população? No protesto de hoje, a faixa diz tudo (Foto: Reprodução do Portal Costa Branca)
O momento carece de uma mobilização mais ampla, onde não somente os cidadãos comuns mas, principalmente, as autoridades competentes saiam dos seus gabinetes e façam carreira para a capital para pedir ao Governo do Estado que socorra Areia Branca. Também ofícios e pedido de intermediação de terceiros não resolvem. O areia-branquense ou seus representantes legais precisa arregaçar as mangas e agir. O clamor coletivo surte efeito, por mais insensível que seja o governante.
A exemplo de outros municípios, em Areia Branca o policiamento é aquém das necessidades primárias. Imaginem três policiais para atender a uma cidade com quase 30 mil habitantes. É um policial para cada 10 mil habitantes. Para dar conta do recado, teriam que ser super-homens. Um quadro surreal. Mas é a triste realidade local.