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Mirabô Dantas mobiliza a classe dos músicos contra projeto que garante para o artista potiguar 10% do valor pago a uma atração nacional

MIRABÔ DANTASMirabô Dantas diz que o músico potiguar precisa é de respeito 

Não está repercutindo bem junto à classe artística, em Natal, um projeto de Lei de autoria do vereador Luiz Almir (PV). De acordo com o texto, todos os shows de bandas ou cantores nacionais realizados em Natal serão antecedidos por uma atração local.

A ideia de Luiz Almir é garantir para o artista potiguar um percentual em torno de 10% do valor total do contrato firmado com a atração nacional. Ou seja, obrigatoriamente qualquer atração nacional terá que ser antecedido por um show local.

Ao justificar o projeto, o vereador natalense, que também é conhecido como seresteiro, diz que a sua intenção com a medida é dar “o devido respeito” aos “bons artistas potiguares” que a cidade tem atualmente.

Segundo Luiz Almir, esse projeto de Lei foi proposto há mais de 10 anos, contudo, nunca chegou a ser votado.

Apesar da boa intenção do parlamentar com a iniciativa, durante a semana o projeto do vereador Luiz Almir foi motivo de críticas por parte de artistas potiguares.

O músico e escritor Mirabô Dantas, nome bastante conhecido no cenário musical do país, que mora em Natal, postou um comentário do Facebook repudiando a proposta. Segundo ele, o músico potiguar precisa é de respeito.

Ao comentar o projeto, que ganhou destaque na imprensa da capital no decorrer da semana, Mirabô diz que “de boa intenção o céu está cheio, mas não acho que seja dessa forma que se vá resolver o problema da nossa classe musical. Não vou, agora, numerar os porquês da minha discordância deste projeto, mesmo porque nem sei se houve um debate com a classe musical, mas posso afirmar que se as emissoras de rádio da nossa cidade tocassem, divulgassem as músicas dos artistas daqui, da mesma forma que tocam as dos “nacionais” como chama o vereador, com certeza não estaríamos necessitando de leis obrigando os empresários acreditarem que também temos nossos valores. Artísticos e, por que não dizer, monetários, pois também pagamos impostos, água, luz, comida etc. O “x” da questão, vereador, está nas emissoras de rádio e seus jabás. o artista necessita de respeito, não de esmolas”.1O vereador natalense, Luiz Almir, é o autor do projeto

Para Mirabô, que é natural de Areia Branca e já foi presidente do sindicato dos músicos do Rio de Janeiro, foi premiado por trilhas sonoras de filme e peças teatrais e tem várias músicas em parceria e interpretadas por artistas como Teresinha de Jesus, Elba Ramalho, Fagner, Zé Ramalho, entre outros, é uma lástima subir num palco, fazer o mesmo que o “famoso” faz
e receber 10% de seu cachê.

O músico diz ainda, que “ao invés do vereador, criar essa estapafúrdia lei, achando que está protegendo o músico potiguar, deveria, junto com os demais edis da Câmara Municipal de Natal, se reunir com donos de emissoras de rádio locais (Natal) e dizer da importância de, também, em suas emissoras tocarem, diariamente, a nossa música, música produzida no Rio Grande do Norte, como eles fazem com outros artistas “nacionais”. Aí os ouvintes conheceriam nosso trabalho e não precisaríamos de leis obrigando nossa participação nos shows de colegas “nacionais” nem estipulando valores percentuais para nossos cachês”.

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