
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou na quarta-feira, 5, proposta que cria o Dia Nacional do Escotismo, a ser celebrado anualmente em 23 de abril. O projeto, que tramita em caráter conclusivo nas comissões, segue para o Senado.
Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, o deputado Bruno Covas (PSDB-SP) defendeu a iniciativa e disse que o escotismo é um movimento mundial, educacional e apartidário e que isso justifica sua inclusão no conjunto das grandes significações nacionais.
“Sem a educação, o protagonismo juvenil, a cidadania, o respeito ao meio ambiente, o fortalecimento dos laços sociais de fraternidade e responsabilidade, não teremos ferramentas para o crescimento sociointelectual de nossas crianças e jovens”, disse o relator ao recomendar a aprovação do substitutivo da Comissão de Cultura.
Segundo Covas, o substitutivo acerta ao considerar mais apropriado instituir o Dia Nacional do Escotismo, no lugar do Dia Nacional dos Escoteiros, como previa o projeto original. “Isso ensejará a reflexão e divulgação dos valores desse movimento, extremamente relevantes para a vida em sociedade”, afirmou.
O relator considerou oportuno expor no texto que o dia 23 de abril foi escolhido em alusão ao Dia Mundial do Escoteiro – comemorado em todo o mundo em homenagem a São Jorge, o padroeiro dos escoteiros. São Jorge é conhecido por ser o santo guerreiro, soldado da cavalaria e o bravo que fez o melhor que pôde e conseguiu superar dificuldades que ninguém ousou enfrentar.
O escotismo em Areia Branca

O escotismo teve presença marcante no município de Areia Branca, até sua decadência nos anos 2000. Nessa época o 21º Grupo de Escoteiros do Mar José Pedro Filho (21º Gemar) era um dos mais estruturados grupos do gênero no Rio Grande do Norte, tendo os dirigentes Jozimar Moura e Paulo César de Brito como responsáveis diretos pelo êxito do movimento no município.
A falta de apoio governamental e dos segmentos locais levou o grupo a mergulhar numa crise que obrigou os dirigentes a decretaram sua extinção em 2006. Assim, saia de cena o glorioso 21º Gemar, deixando para trás mais de uma década de história e conquistas que elevaram o nome de Areia Branca no cenário do escotismo potiguar.
A extinção do movimento escoteiro em Areia Branca foi um golpe duro para aqueles que “vestiam a camisa” e defendiam as propostas do grupo, que também desenvolvia um trabalho social de longo alcance como a Campanha “Um Natal Feliz” que anualmente angariava donativos para distribuir no período do Natal com as pessoas carentes e tinha efetiva participação em eventos socioculturais realizados na cidade.

Para quem participou do surgimento do grupo em 1995, como é o caso de Paulo César de Brito, foi um baque a extinção do 21º Gemar. “Com o Gemar o movimento escoteiro no município construiu uma história de lutas e glórias. Ver todo o nosso trabalho acabar sem podermos fazer nada, foi muito dramático. O que nos resta são as boas lembranças de um trabalho brilhante que tirou muitos jovens das ruas e passaram a conviver num ambiente sadio, exercitando a cidadania, o respeito ao meio ambiente, o fortalecimento dos laços sociais de fraternidade e responsabilidade, que eram noções básicas repassadas diariamente às crianças e jovens que participavam do movimento”, concluiu Paulo César, ex-presidente do Gemar, com a voz embargada pelo saudosismo.