O delegado do Sindicato Nacional dos Marinheiros, também conhecido como Sindicato dos Marítimos de Areia Branca, Francisco Ventura, afirmou ter ficado surpreso ao assistir ao hasteamento das bandeiras na abertura oficial da festa de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos marítimos, na sexta-feira, 5, e não ter visto a bandeira do sindicato que tradicionalmente era hasteada junto com as demais.
Conforme observou Francisco Ventura, nos seis mastros que ficam em frente à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, local da cerimônia de abertura da festa, todos os anos são hasteadas bandeiras, entre as quais a do município de Areia Branca, do Brasil e dos marítimos.
Além do dirigente sindical, outras pessoas presentes na solenidade estranharam o fato da bandeira do Sindicato dos Marítimos não ter sido hasteada, tradição que se repetia há anos. Pela ordem, foram hasteadas as bandeiras do Rio Grande do Norte, de Areia Branca, do Brasil, de Nossa Senhora dos Navegantes, de Dom Bosco e do Vaticano.
De acordo com Francisco Ventura, antes da solenidade ele chegou a conversar com uma pessoa ligada à paróquia para saber o motivo da bandeira dos marítimos não estar entre as seis que seriam hasteadas naquela noite. “A pessoa com quem conversei disse que esse assunto era da alçada do pároco da cidade, padre Cézar Teixeira, que era quem determinava a disposição e ordem das bandeiras a serem hasteadas. Não entendi a atitude do pároco, que não reconheceu o verdadeiro sentido da festa, que é em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos marítimos”, concluiu o sindicalista.
Marítimos devem participar mais
Nesta quarta-feira, 10, o Site conversou com o padre Cézar Teixeira, pároco de Areia Branca e um dos responsáveis pela realização da Festa dos Navegantes. Ele disse que apesar de ter ouvido comentários a respeito do assunto, não foi procurado por nenhum representante sindical nem da categoria marítima para falar sobre o exposto pelo delegado do Sindicato dos Marítimos.
O padre disse que ao invés de polemizar o fato, a categoria marítima deve se aproximar mais da Igreja para colaborar como o evento, já que se trata da homenagem à padroeira dos marítimos areia-branquenses.
Padre Cézar Teixeira lembrou que na abertura da festa, na sexta-feira, foram convidados representantes da Marinha do Brasil e das empresas dos setores marítimo e salineiro, como Arrow Shipping, Tec Mares, Sermapra, F. Souto, Ciabrasal, Marisal, Norsal, Cimsal e Salinor. E na segunda-feira, 8, as atividades foram todas voltadas para os setores pesqueiro, marítimo e portuário, sendo convidados os sindicatos Marítimos e Portuários, Colônia dos Pescadores, Companhia Docas do RN (Codern), Areia Branca Pilots (Pragicagem), HB Navegações, empresa Salinas (RB Alimentos do Mar), Navenor, Antônio Carlos Transportes Marítimos e Terra Mares.
Com relação à presença das bandeiras do RN e de Dom Bosco entre as seis que foram hasteadas e vão permanecer nos mastros em frente à Igreja dos Navegantes até o fim da festa, o padre explicou que são homenagens mais que justas, “visto que no último domingo, 7, foram comemorados os 515 anos de história do Rio Grande do Norte. E desde o ano passado, a Igreja Católica vive o bicentenário do nascimento de Dom Bosco, celebrado no dia 16 de agosto. E não se pode dizer que os marítimos não estão sendo homenageados, pois lá está a bandeira de Nossa Senhora dos Navegantes, que é o símbolo maior da categoria e da festa em curso”, finalizou.
