Luciano Oliveira - [email protected]

A programação contou com a premiação Amigos do Peixe-boi

Reserva Ponta do Tubarão é cenário da soltura do peixe-boi Zé Grande

A equipe do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) acompanhou a soltura de Zé Grande, o terceiro peixe-boi-marinho solto pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB). A programação iniciou às 9h, no Centro Ama-Goa, localizado na comunidade de Diogo Lopes, distrito de Macau.

Entre o público presente no evento, estiveram membros do Idema, ICMBio, representantes da prefeitura, Polícia Militar, Centro Ama-Goa, Uern, Cemam, Comissão Ilha Ativa (Piauí); escolas da rede pública de ensino da região e moradores locais.

Zé encalhou em 2017, no município de Porto do Mangue, na praia de Pedra Grande. Tem seis anos, pesa mais de 340 kg e pouco mais de 2 metros de comprimento. Desde 2022 estava no Recinto de Aclimatação, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, se preparando para a soltura. Ao longo desses anos sob responsabilidade de cerca de 80 pessoas que atuam no projeto Cetáceos da Costa Branca, Zé recebeu o nome do pescador que o resgatou (Zé Manissoba).

Zé foi solto em ambiente natural e recebeu um equipamento para rastreá-lo por dois anos, 24h por dia. No Brasil, o peixe-boi-marinho é considerado o mamífero aquático com maior grau de ameaça de extinção.

“É um momento muito feliz para nós que estamos nesse trabalho e não foi à toa que escolhemos a RDS para abrigar o recinto de aclimatação. É um momento gratificante, de reunir as equipes, as escolas locais, para devolvermos os animais ao seu ambiente natural”, disse o professor Flávio Lima, coordenador do PCCB.

A gestora da RDS Ponta do Tubarão, Karla Fernandes, comentou que “o nosso objetivo enquanto Idema é fortalecer o pensamento de multiplicação sobre a conservação do meio ambiente. Que esse momento emblemático de hoje, ecoe por nossa história de proteção e respeito pela Natureza, e que a parceria institucional gere frutos cada vez mais inspiradores”, disse.

A programação contou com solenidade de abertura, café da manhã, cordel do peixe-boi, apresentação cultural “Manguesarte”, premiação do Concurso de Redação e Pintura em Aquarela, da Escola Municipal Alferes Cassiano Martins; premiação Amigos do Peixe-boi e transmissão ao vivo da soltura de Zé Grande. Além disso, também ocorreu uma feirinha científica do projeto Parceiros do Mar e feirinha de artesanato.

O poeta cordelista, Francisco de Betânia, escreveu sobre a importância do peixe-boi Zé Grande e da conservação marinha, e o público presente teve a oportunidade de receber um cordel tão bem produzido para este dia de celebração.

A servidora do Idema e integrante da equipe de Gerenciamento Costeiro do órgão, Ana Marcelino, foi uma das premiadas do dia. Ela agradeceu a importância desses animais para a gestão integrada da orla marítima e falou um pouco sobre sua atuação no Instituto.

O supervisor do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC/Idema), Ilton Soares, também foi premiado e agradeceu o trabalho da equipe do NUC em prol da Conservação Ambiental do Rio Grande do Norte.

“É uma oportunidade única para as pessoas verem como acontece esse importante trabalho. A soltura de peixes-boi não apenas contribui para a recuperação das populações desses animais, mas também promove a conservação de ecossistemas aquáticos e o fortalecimento da educação ambiental. Ter um recinto aqui dentro da RDS mostra o quanto à proteção dessas áreas é de extrema importância para a manutenção da vida”, disse.

Após a reabilitação e aclimatação, Zé Grande foi solto para o seu ambiente natural e, antes da soltura, recebeu um número de identificação e um equipamento que permite localizá-lo. A Bacia Potiguar, que inclui o litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte, é recordista nacional de encalhes de peixes-bois-marinhos vivos, em sua maioria filhotes recém-nascidos que não conseguiriam sobreviver em vida livre se não fossem resgatados e reabilitados por profissionais especializados, em instalações físicas apropriadas.

Há 25 anos, o Projeto Cetáceos da Costa Branca realiza o trabalho de monitoramento, proteção e educação ambiental, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias do Litoral dos estados do Rio Grande no Norte e Ceará (PMP-BP), estruturado pela Petrobras.

Fotos: Carol Macedo

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10 meses atrás

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