O Campeonato Brasileiro mais louco e imprevisível dos últimos anos terminou da maneira mais familiar possível: com o Palmeiras campeão – bicampeão consecutivo, 12 vezes no total, cada vez mais distante dos rivais. O empate por 1 a 1 com o Cruzeiro (gols de Endrick e Nikão), na quarta-feira, 6, no Mineirão, foi mera formalidade para fechar aquela que será considerada a maior virada da história dos pontos corridos. E que só poderia vir de um time.
O Palmeiras da cabeça fria não se abalou quando caiu na Copa do Brasil diante do rival São Paulo, eliminado da Libertadores em casa, nas semifinais contra o Boca Juniors e nem quando se viu a 14 pontos do líder Botafogo na única competição que havia sobrado em 2023.
Aí entrou o Palmeiras do coração quente, do “dá a bola em mim”, dos multicampeões, do fenômeno Endrick, do caldeirão Allianz Parque e do incansável e genial Abel Ferreira.
Pouco a pouco, o Verdão dizimou a vantagem dos rivais e, quando assumiu a liderança, até o maior hater sabia que ela não trocaria mais de dono (só o próprio palmeirense, pessimista por natureza, temia um desfecho diferente).
Mas este Palmeiras tem tudo: é o DNA vencedor, é a Terceira Academia, é a Segunda Arrancada Heróica, é o clube mais vitorioso do Brasil. E para o Cruzeiro também houve alegria: o time está classificado para a Copa Sul-Americana de 2024.
Repita comigo: dodecacampeão!
A enorme palavra, que soa até estranha, é música para os palmeirenses – que vêm utilizando, ano após ano, os ordinais de números superiores a dez. Depois do “hendeca” conquistado em 2022, o Palmeiras é “dodeca”, ou seja, tem 12 títulos brasileiros conquistados.
A era Abel continua?
Abel Ferreira chegou ao seu nono título em três anos de trabalho no Palmeiras, mas não sabe o que será de seu futuro em 2024. Ele agora passou Vanderlei Luxemburgo e se isolou como o segundo técnico mais vitorioso da história palmeirense, atrás apenas de Oswaldo Brandão, com dez títulos.
Ainda que seu contrato tenha validade até dezembro de 2024, a conquista do Brasileiro pode significar uma despedida. Isso porque o Al-Sadd, do Catar, promete oferecer a ele o maior salário do mundo para um técnico.
Novos capítulos dessa história devem sair nos próximos dias – e o palmeirense, claro, torce para que nada mude. Tanto que, já no Mineirão, o grito ecoou: “Fica, Abel!”.
Bolada nos cofres
O título brasileiro vai render R$ 10 milhões em bônus só da Crefisa, principal patrocinadora do clube e empresa que pertence à presidente Leila Pereira. Ainda há o prêmio da CBF para o campeão, que será de R$ 47,8 milhões.
Com informações ge