A defensora dos direitos humanos, Narges Mohammadi, vencedora do prêmio Nobel da Paz 2023 nesta sexta-feira, 6, está presa, foi condenada cinco vezes a penas que somam 31 anos de cadeia e ainda recebeu a sentença de 154 chibatadas.
Tudo isso por conta do combate à opressão das mulheres no Irã, que desafiam o poder público ao deixar de usar o véu, obrigatório no país em espaços públicos. Essa foi a razão para a Real Academia de Ciências da Suécia conceder a ela o prêmio.
“Sua valente luta teve um custo pessoal altíssimo. No total, o regime [dos aiatolás] prendeu a ativista 13 vezes, além de condená-la em cinco ocasiões a sentenças que somam um total de 31 anos de prisão e 154 chibatadas”, declarou a presidente do Comitê norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen.
O prêmio de Mohammadi chega com pano de fundo de uma forte onda de protestos na república islâmica depois da morte de Mahsa Amini, há um ano, quando ela estava presa e sob responsabilidade da polícia.
A jovem iraniana foi detida por supostamente violar o restrito código de vestimenta para as mulheres, que impõe cobrir a cabeça com um véu e usar roupas discretas.
Narges Mohammadi e os direitos humanos
Narges Mohammadi, de 51 anos, dedicou sua vida à defesa dos direitos humanos no Irã, ao se opor ao uso obrigatório do véu e à pena de morte. Tal postura rendeu repetidas prisões desde quando tinha 22 anos, quando foi presa pela primeira vez.
Mohammadi também é jornalista e vice-presidente do Centro para os Defensores dos Direitos Humanos, fundado pela iraniana Shirin Ebadi, também vencedora do Prêmio Nobel da Paz, que luta, entre outras causas, pela abolição da pena de morte.
Mohammadi, que foi presa pela última vez em 2021, não vê o marido nem os dois filhos, exilados em França, há oito anos.
O prêmio inclui uma medalha de ouro, um diploma e uma quantia de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5 milhões).
Com informações R7, com AFP