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Crise da 123milhas (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

123 Milhas entra com pedido de recuperação judicial e quer suspensão imediata de cobranças

Crise da 123milhas (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A 123 Milhas acaba de acionar a 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte com um pedido para que seja autorizada a recuperação judicial da empresa, bem como a suspensão imediata, por um período inicial de 180 dias, das ações judiciais de cobrança movidas contra ela (em Minas Gerais, onde está sediada, são mais de 600 causas). A demanda reúne ainda a HotMilhas e a Novum, que integram a agência de viagens online.

A dívida acumulada pela agência de viagens, que atende cerca de 5 milhões de clientes por ano, é de aproximadamente R$ 2,3 bilhões.

O movimento é um desdobramento da crise que, há dez dias, levou ao cancelamento das emissões de passagens aéreas promocionais já comercializadas e ainda a abertura de procedimentos a respeito do caso em Procons, no Ministério Público e até na CPI das Pirâmides Financeiras.

À Justiça, a 123 Milhas afirma que enfrenta uma crise “momentânea e pontual, plenamente possível de ser resolvida” e indica a recuperação judicial como necessária para a solução. O cenário, no entanto, é descrito como o pior já enfrentado nos últimos sete anos, desde o início das operações da empresa. A defesa dela alega que eventuais bloqueios de valores e bens, aliás, vão impactar “todos os seus empregados, empresas parceiras e demais credores”.

A venda de passagens a preços mais baixos por meio do Programa Promo 123 (lançado em 2021), de acordo com a empresa, está no cerne dos problemas relatados ao Judiciário. A vantagem da iniciativa era que a 123 Milhas seria a responsável por escolher o momento de adquirir, com preços mais vantajosos, pacotes já repassados aos clientes. Mas o plano acabou frustrado.

As expectativas de operacionalização da promoção teriam enfrentando obstáculos como o aumento dos tickets após a pandemia da Covid-19 (a empresa esperava que a alta demanda baixasse os preços); a alta da taxa de juros para a antecipação de recebíveis e a adoção de novas regras pelas companhias áreas no controle de seus programas de milhas, envolvidas nas transações da empresa.

O cenário, segundo a 123 Milhas, criou desconfiança com fornecedores, o que leva à “corrosão do caixa” e prejudicaria não só os compradores das passagens promocionais, mas todos os credores da empresa.

Com essas justificativas, o pedido da 123 Milhas, representada pelos escritórios TWK Advogados e Bernardo Bicalho Advogados, é para que a decisão sobre a RJ seja proferida inicialmente numa liminar, em regime de urgência.

Com informações g1

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