O impasse entre a classe universitária e a entidade que deveria ser exemplo, já que foi criada com o objetivo de defender os interesses da categoria, não é de hoje. Mas agora o problema tomou proporções inimagináveis, transformou-se num barril de pólvora, prestes a explodir. É verdade, o Blog tem espaço aberto para debates coerentes. Daí, acolher a bem elaborada análise da atual situação vivida pelos universitários e associados areia-branquenses, lavra de um estudante da Universidade Potiguar (UNP) que acompanha o caso de perto. Leiam.
Tenho convivido no ambiente universitário há 8 anos onde passei por instituições como CEFET (Atual IFRN), UERN e fui membro da diretoria da Associação Universitária Areia-branquense (AUA) há alguns ano. Hoje sou um mero aluno na UNP. Convivi nestas instituições envolvidas e afirmo sem rodeios: a ingerência da associação somada com certos apadrinhamentos gerou o atual conflito.
Os estudantes da UERN como da UNP, como da UFERSA são Universitários acima de qualquer forma de ingresso. A UNP como uma instituição/empresa tem compromisso com os clientes/alunos e seu ano letivo tem prazo para terminar quando começa, não tem greves, forma turma todos os semestres e em média formará ainda este ano pelo menos 20 areia-branquenses.
A UERN por sua vez é uma instituição sofrida pelo tempo e pelo poder, seu semestre letivo inicia num ano e termina em outro, alunos que em média passaria 4 a 5 anos pra a formatura na UERN aumenta para 6 a 7 anos devido a greve, o que aumenta o tempo de permanência dos seus alunos e o uso do transporte. Isto talvez não tenha relevância alguma, pois todos são universitários e de acordo com o estatuto da AUA deve gozar de benefícios (entre eles utilizar o ônibus), desde que cumpra com suas obrigações legais.
Antigamente cobrava-se uma taxa até maior, R$ 35,00 e não tinha tanta confusão, todos pagavam não só os alunos secundaristas e da UNP, mas todos.
A grande questão que envolve o famoso “inchaço” nos ônibus é gerada único e exclusivamente pelos estudantes secundaristas. Triste verdade, pois a maioria se desloca diariamente em busca de qualificação profissional (Senai/Cepep/Sesi, etc) e melhores estruturas de ensino (Geo/Diocesano/Pequeno Príncipe/Dom Bosco, etc).
Mas associação gerida por pessoas de bem e orientadas também muitas vezes pelo próprio poder público, até porque este último é o fornecedor sem obrigação deste transporte, foi adequando sua estrutura para receber este pessoal, erradamente. Uma hora esta bomba iria explodir.
Lembro-me que em meados de 2000/2002 conclui meus ensinos básicos em uma escola particular em Areia Branca, na qual era bolsista. Boa parte daquela turma iria para outra instituição particular também aqui na boa terra. Mas alguns de maior poder aquisitivo iriam estudar em escolas particulares em Mossoró, as mesmas citadas acima. Ônibus universitário para estes alunos era absurdo naquela época e teria que ir de transporte fretado o que hoje ainda existe, mas a grande maioria acomodou-se nos ônibus universitários.
Areia Branca oferece ensino médio e já ofereceu cursinho pré-vestibular, não oferece mais, pois todos resolveram ir pra Mossoró, já que tinha o ônibus Universitário e o sentimento é que a prefeitura quem paga e teriam direito a vir porque o dinheiro é público apesar de gerido pela Associação.
Tá na hora da Secretaria de Educação, Poder Legislativo (vereadores), Associação, Ministério Público convocar os envolvidos e realizar uma audiência pública para o impasse, propostas não falta, soluções também, só falta mesmo o bom senso prevalecer.
Se não me engano, algo desse tipo foi feito para os mototaxistas da cidade e me parece que resolveu os anseios daquela classe. UNIVERSITÁRIOS não podem estar se agredindo verbal e fisicamente, os ensinamentos adquiridos nas academias hoje não permite mais esse tipo de comportamento à diferença de idéias e ideais deve ser respeitadas e debatidas, esta na hora de resolver. Poder Público deve entrar em Ação.
Thiago Augusto Tavernard Leite – Aluno do 3º Período do Curso de Engenharia Civil – UNP