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Primeira soltura de peixe-boi-marinho no RN ocorrerá no dia 31 de maio

O peixe-boi Gabriel será o primeiro peixe-boi marinho a ser solto pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca/Uern no litoral do RN (Foto: Projeto Cetáceos da Costa Branca/Uern)

O Projeto de Monitoramento de Praias do Litoral dos estados do Rio Grande no Norte e Ceará (PMP-BP), estruturado pela Petrobras, realizará, no dia 31 de maio, em parceria com o Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-Uern) e a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (Funcitern), a primeira soltura de peixe-boi-marinho no Estado do Rio Grande do Norte.

O peixe-boi-marinho é um dos mamíferos aquáticos com maior risco de ameaça de extinção no Brasil. No passado foi vítima da caça, e hoje sofre com diversas ameaças, como a perda de habitat pela destruição de áreas protegidas, ingestão de lixo e colisão com embarcação. Esses fatores podem ocasionar a separação da mãe e filhote de peixe-boi, resultando no encalhe de animais recém-nascidos.

A soltura acontecerá às 10h, no Recinto de Aclimatação de Peixes-bois-marinhos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão, localizada na comunidade de Diogo Lopes, distrito de Macau.

O resgate, reabilitação, estabilização, soltura e monitoramento de peixes-boi marinhos são ações desenvolvidas no âmbito Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), como condicionante do licenciamento ambiental federal exigida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para a realização de atividades de exploração, produção e escoamento de petróleo e gás executadas pela Petrobras na região.

O peixe-boi Gabriel será o primeiro peixe-boi marinho a ser solto pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca/Uern no litoral do Rio Grande do Norte. A etapa de monitoramento pós-soltura será realizada por cerca de um ano, a depender do comportamento do animal pós-soltura.

O peixe-boi Gabriel encalhou ainda filhote, com poucos dias de vida, no dia 12 de julho de 2017, na Praia de Quixaba, no município de Aracati (CE). O animal foi resgatado pela equipe da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) e após uma série de exames, foi mantido em recinto de quarentena com água salgada. Após estabilização clínica e alta médica o animal, tornou-se apto para ser translocado e dar continuidade ao processo de reabilitação em cativeiro, no Centro de Reabilitação de Fauna – Areia Branca (PCCB/Uern). Essa atividade ocorreu no dia 28 de julho de 2017, conforme planejamento, sem eventualidades e intercorrências.

Durante esse período, Gabriel esteve em reabilitação, recebendo todo acompanhamento médico veterinário, sendo submetido a manejos e exames de rotina, além de alimentação baseada em composto lácteo, fornecido por meio da mamadeira subaquática, bem como itens naturais, tais como capim agulha e algas marinhas.

No dia 29 de abril de 2022 o animal foi translocado para o Recinto de Aclimatação situado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão em Macau, espaço projetado em ambiente natural para que os animais possam se adaptar aos movimentos e oscilações das marés, correntes marinhas e temperatura das águas, antes do retorno definitivo para natureza.

Recinto de Aclimatação de Peixes-bois-marinhos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão (Foto: Projeto Cetáceos da Costa Branca/Uern)

Durante esse período o animal demonstrou-se bem ativo e sociável com os outros peixes-bois que chegaram posteriormente ao recinto. Foram observadas interações por contato direto com ausência de sinais de estresse. No que tange à alimentação, Gabriel nunca demonstrou distúrbios alimentares e segue se alimentando bem, mesmo na presença dos demais peixes-bois do Recinto. Durante o período de aclimatação não foi observado nenhum tipo de estereotipia, alteração clínica ou comportamental. Atualmente o peixe-boi Gabriel está com 5 anos e 10 meses, pesa 364,5 Kg e possui 262 cm de comprimento total.

Após a reabilitação e aclimatação, Gabriel será solto para o seu ambiente natural e, antes da soltura, receberá um número de identificação e um equipamento que permite localizá-lo. Este rastreador muitas vezes chama a atenção da população e dos pescadores que, em alguns momentos, podem tentar retirá-lo do animal. Por isso, a importância do trabalho educativo com as comunidades locais, para explicar a funcionalidade e importância deste rastreador, já que serve para acompanharmos a adaptação, saúde e desenvolvimento do animal.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP) é executado pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca-UERN, por meio de convênio firmado entre a Petrobras, Uern e Funcitern.

Alerta

Em caso de encalhe ou alguma pessoa avistar peixes-bois com equipamentos de soltura, a comunidade pode entrar em contato com o PCCB-Uern, por meio dos seguintes contatos:

• Natal e região: (84) 9 9943-0058
• Areia Branca e região: (84) 9 8843-4621

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