Segundo o líder do Partido Popular Socialista (PPS-PE), Roberto Freire, os partidos políticos brasileiros estão em crise de identidade. O que o deputado federal citou em uma entrevista, na verdade, é o que hoje o meio político chama de (in)fidelidade partidária, pois, maior prova disso, são as estranhas alianças partidárias que são feitas a cada ano eleitoral, ou seja, a cada dois anos.
A campanha desse ano, por exemplo, a aliança entre o Partido dos Trabalhadores (PT) com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) anos atrás, seria um fato totalmente descartável pelos mais ferrenhos petistas, pois, não somente líderes do PMDB como também políticos como Paulo Maluf e Fernando Collor de Mello eram vistos e tidos como donos de oligarquias políticas de seus estados.
E o que dizer da aliança do próprio Partido Popular Socialista (PPS) com os Democratas e o PSDB? Parece cena de um filme de comédia bem hollywoodiana. A política brasileira estar se tornando um caso sério e isso todos sabem que não é de hoje que o ridículo se tornou num habito no meio político do Brasil. Afinal, onde foi parar os princípios partidários? Essa pergunta é mais precisamente para àqueles partidos que antes relutavam em ser chamados partidos de esquerdas e de direita.
Os termos esquerda e direita que tantas vezes foram utilizados por partidos como PT, PC do B, PPS, PCB, PMDB, PSDB Democratas e tantos outros partidos, caíram em desuso desde que o PT elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da republica. Aliança política com partidos que tinham como líderes: José Sarney, Paulo Maluf, Michel Temer era um fato improvável para Partido dos Trabalhadores (PT) nas primeiras campanhas presidenciais. Hoje, tudo mudou. O que se vê na atual conjuntura política brasileira é uma verdadeira salada. Quem diria? Roberto Jefferson apoiando o José Serra!
Os partidos simplesmente transformaram a arte da política na arte cênica de um verdadeiro circo, onde, em vez da platéia sorrir ou chorar com as “travessuras” dos artistas (políticos), são eles que rirem das nossas incertezas e decepções que a cada pleito eleitoral nos acometemos na esperança de dias melhores.
O que esperar da política? Da política não se pode esperar mais seriedade, pois, a cada período eleitoral que passa mais demonstrações de falta de confiabilidade são vistas, muito embora, se tratando de política e ainda mais de Brasil, seria muita pretensão encontrar tais virtudes na maioria dos políticos.
Porém, vale ressaltar que, dentro deste cenário ainda que sombrio chamado política, aqui e ali dá para encontrar algum homem (político) de bem, pois, por incrível que pareça, ele existe, muito embora seja escassos, na maioria das vezes são criticado por suas ações e posturas de um político honesto.
Afinal, o que apontar de atos de falcatruas do senador do Partido dos Trabalhadores – (PT-SP), Eduardo Suplicy ou então o senador Pedro Simom do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-RS)? É bem verdade que poderia ser citado mais nomes, mas, no momento só me veio esses dois nomes, pois, são homens de uma vida política ímpar, muito embora façam parte de partidos onde alguns de seus membros (políticos) envergonharam suas agremiações num período não muito distante.
É bem verdade também, que num universo da política é como numa família que sempre terá sua ovelha negra para fazer história, embora, seja essa história, negativa.
Glauco Araújo
Areia Branca – RN, 11 de agosto de 2010