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Presidente Jair Bolsonaro Foto: PR/Marcos Corrêa Foto: Marcos Corrêa/PR

Pras bandas de lá nordestinos sempre foram chamados de “Paraíba”, faz tempo

Bolsonaro usou o termo e o mundo desabou sobre ele (Foto: Marcos Corrêa/PR

Ao longo dos anos, décadas, todo aquele que saia de algum Estado do Norte e Nordeste para grandes centros urbanos, como São Paulo, principalmente em busca de trabalho, era apelidado de “Paraíba”. Assim como os nascidos no Ceará, chamados “cabeça chata”. Um termo presente no vocabulário sulista sem causar nenhum dano aos nordestinos/”paraíbas” que tanto contribuem e contribuem com o restante do País.

Nesses anos todos que os nordestinos foram tachados de “Paraíba”, não há nenhum registro de políticos, da classe artística ou mesmo entidade defendendo a “honra” dos nordestinos que carregaram e ainda carregam o “apelido” nas costas. Brasília foi construída pelos “candangos”, gente oriunda na maior parte do Estado de Goiás. São Paulo agradeça aos “paraíbas” que lá desembarcaram às rumas em busca de dias melhores e com seu trabalho, seu suor, transformaram a cidade no que é, hoje.

Aí, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) numa conversa reservada com um dos seus ministros teria se referido a dois governadores nordestinos como “Paraíba” e o mundo desabou sobre ele…

Aliás, conversar reservadamente no Brasil está ficando complicado. Não é à toa que nas rodas de amigos, nas reuniões e até nos estádios de futebol ninguém mais conversa sem a mão na boca, para não deixar escapar nenhum vestígio do que está sendo comentado. Senão, já viu, o teor da conversa vaza e no dia seguinte é manchete na imprensa! Privacidade comprometida.

Ainda sobre o episódio dos “Paraíba”, mencionado por Bolsonaro, ao sair de um restaurante em Brasília no início da tarde de domingo, 21, o presidente conversou com cidadãos e voltou a negar ter criticado a região Nordeste . Após tirar fotos e conversar com pessoas do local, Bolsonaro foi questionado se temia alguma retaliação em sua viagem à Bahia nesta terça-feira, 23, e voltou a falar sobre o assunto. “Eu critiquei dois governadores, três segundos no pé de ouvido, três segundos”, afirmou.

Na sexta-feira, 20, microfones da TV Brasil captaram trecho de conversa reservada do presidente com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante café da manhã com jornalistas da imprensa estrangeira. “Daqueles governadores de “paraíba”, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara”, afirmou ele ao aliado. Alvo de críticas de nordestinos, incluindo artistas e políticos, Bolsonaro destacou mais tarde que se referia apenas a Flávio Dino, governador do Maranhão, e João Azevêdo, da Paraíba.
Indagado no domingo sobre os governadores terem ficado ofendidos com a crítica, Bolsonaro mostrou incômodo com a polêmica.

“Ah, meu Deus do céu. Quem ficou ofendido? Não, não, não. Se eu tenho um problema com o Sul, ninguém fala. Região Sul, Centro-Oeste, Norte. Vocês mesmos da mídia ficam querendo separar o Nordeste do Brasil. O Nordeste é Brasil, é a minha terra, eu ando em qualquer lugar do território brasileiro”, afirmou o presidente, que foi interrompido por palavras de apoio dos populares.

Em seguida, o presidente perguntou às pessoas que estavam no local: “tem algum nordestino ofendido aí?”, as pessoas presentes gritaram que “não”. Em seguida, o presidente enfatizou a pergunta:

“Atenção imprensa, tem algum nordestino ofendido comigo aí? (Pessoas gritaram “não”). O problema é que eu falei que o pior governador do Nordeste é o Flávio Dino (do Maranhão(. O pessoal está brigando dizendo que não é, que tem outros piores que ele lá”.

Bolsonaro também afirmou que seu governo é o que mais disponibilizou recursos para o Nordeste.

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