Luciano Oliveira - [email protected]

A Mangueira conquista o prêmio de melhor escola do Grupo Especial Foto: Luis Alvarenga / Agência O Globo

Mangueira leva Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial

A Mangueira conquista prêmio de melhor escola do Grupo Especial (Foto: Luis Alvarenga/Agência O Globo)

A Estação Primeira de Mangueira levou o Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial em 2019. A verde e rosa foi premiada pelo desfile completo, em que tudo funcionou, a partir de um samba maravilhoso, o desenvolvimento perfeito do enredo e o trabalho de alegorias e fantasias. A agremiação levou ainda os prêmios de melhor porta-bandeira, para Squel Jorgea, e de melhor samba-enredo, para a canção “História pra ninar gente grande”, que arrebatou a Marquês de Sapucaí.

Este ano, a Mangueira cantou um enredo sobre os heróis esquecidos da História do Brasil e levantou as arquibancadas com uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março do ano passado.

“Este é o trabalho de muita gente, é bom ser reconhecido pelo Estandarte. Estou há quatro anos na Mangueira e este é meu terceiro estandarte de melhor escola. Mais importante do que ganhar prêmios, é se sentir orgulhoso do trabalho apresentado na Avenida”, comentou Leandro Vieira, carnavalesco da verde e rosa.

Desde os primeiros versos do samba da Mangueira, o público não parou mais de cantar. Apaixonados pela verde e rosa choraram. Alguns com camisas de outras escolas também. Passaram pela avenida personagens como Luisa Mahin, Esperança Garcia e Chico da Matilde. Ao fim do desfile, o público gritou “é campeã” .

“Foi uma grande surpresa, eu realmente não esperava. É um prêmio que eu divido com meu mestre-sala Matheus Olivério, que é meu tio, e a Ana Paula Lessa, nossa coreógrafa. Agradeço muito a confiança deles, o amor e a força da comunidade que passou o ano nos abraçando e ofertando carinho”, disse Squel, da verde e rosa.

Para o júri, além de trazer para o carnaval deste ano uma das melhores letras da história de sambas-enredo, a Mangueira teve uma bela melodia, que fugiu de clichês. Os autores premiados são Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino.

Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel, Salgueiro, Portela e Grande Rio empataram em segundo lugar, com dois prêmios cada. União da Ilha e Mocidade, um cada.

Vice-campeã do ano passado, a Tuiuti recebeu o Estandarte de Ouro de melhor enredo. Este ano, a escola de samba de São Cristóvão cantou na avenida a história de um bode eleito vereador no Ceará, como crítica política à situação atual do país. A agremiação também levou a melhor na eleição de melhor ala, por “O bode picando a mula do Sertão”, uma ala da comunidade.

A Grande Rio teve a bateria aclamada pelos jurados, sob o comando do mestre Fabrício Machado, o Fafá. Os emojis voadores da comissão de frente da escola de Duque de Caxias mereceram o prêmio de inovação deste carnaval, para o júri.

VEJA: A lista de vencedores do Estandarte de Ouro de 2019

Já a revelação 2019 foi o mestre Macaco Branco, da bateria da Vila Isabel, pelo resgate das origens da agremiação. Em sua estreia na avenida, ele garantiu o desfile da escola. A azul e branco ainda teve o melhor passista masculino, Hudson Gaspar.

Bellinha Delfim mostrou o samba no pé no desfile no Salgueiro e foi eleita a melhor passista feminina. A escola tijucana também teve a melhor ala das baianas.

A melhor comissão de frente foi a da Portela, coreografada por Carlinhos de Jesus. O puxador da agremiação, Gilsinho da Portela, também foi eleito o melhor na função.

“Índios, negros e pobres”, diz bandeira do Brasil, com as cores da Mangueira e a frase no lugar de “Ordem e progresso” (Foto: Antonio Scorza/Agência O Globo)

O melhor mestre-sala foi Phelipe Lemos, da União da Ilha. Pelo trabalho que faz na Mocidade Independente de Padre Miguel e por sua atuação no desfile deste ano, Tia Nilda, foi escolhida a personalidade de 2019.

O Estandarte de Ouro é organizado desde 1972 pelo GLOBO, o troféu também tem a participação do jornal Extra. A premiação tem 15 troféus para o Grupo Especial e dois para a Série A, ambos vencidos este ano pela Acadêmicos do Cubango.

Compuseram o júri o jornalista Argeu Affonso, presidente; o escritor Alberto Mussa; o jornalista Aloy Jupiara; o empresário Bruno Chateaubriand; a cantora Dorina; o professor da Uerj Felipe Ferreira; o ator, produtor e escritor Haroldo Costa; o jornalista Leonardo Bruno; o produtor musical Luis Filipe de Lima; o pesquisador Luiz Antonio Simas; o jornalista Marcelo de Mello, coordenador; a professora e carnavalesca Maria Augusta; o músico Mestre Odilon; e a pesquisadora e escritora Rachel Valença, que só julgou as duas categorias da Série A.

O grupo assistiu ao desfile no camarote “Quem/O GLOBO”, entre os setores 7 e 9. A entrega dos prêmios será dia 16 de março na quadra da Vila Isabel. A venda dos ingressos é pelo siteingressocerto.com/estandartedeouro.  A pista custa R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia); a mesa para quatro pessoas, R$ 200. Leitores do GLOBO e do “Extra” têm desconto de 50% com o código estandarte2019. (Com informações O Globo).

Print Friendly, PDF & Email

Compartilhe:

guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

publicidade