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A situação da cajucultura potiguar é preocupante (Foto: Reprodução)

Comitê Gestor da Cajucultura voltará a discutir a crítica situação do setor durante a Festa do Boi

A situação da cajucultura potiguar é preocupante (Foto: Reprodução)
A situação da cajucultura potiguar é preocupante (Foto: Reprodução)

Os maiores polos produtores de caju do Rio Grande do Norte ainda registram perdas de produção, apesar de sinais de recuperação dessa lavoura. Na região da Serra de Sant’Ana, no Seridó, as baixas são da ordem de 40%. Já na Serra do Mel esse número sobe para 45%. Entretanto, a região com os danos maiores é o Médio Oeste, onde as perdas chegam a 80%. Esse cenário é resultante da descontinuidade de programas, sucessivos períodos de estiagem, incidência de pragas e pomares envelhecidos.

Com isso, a atividade vem perdendo espaço na economia do Estado, muito em função da baixa produção e queda nas exportações de castanhas. Para se ter uma noção, nos oito primeiros meses do ano, o Estado produziu apenas 24,2 mil toneladas da amêndoa, segundo informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A situação da cajucultura potiguar foi avaliada na reunião do Comitê Gestor da Cajucultura, realizada na sexta-feira, dentro da programação da Expofruit.

Diante da situação, o comitê decidiu se reunir novamente no dia 13 de outubro, durante a Festa do Boi, para avaliar o andamento das ações planejadas na Agenda da Cajucultura e também reivindicar dos órgãos governamentais iniciativas que cheguem efetivamente ao produtor, com a distribuição regular de mudas.

Para o diretor Técnico do Sebrae, João Hélio Cavalcanti, que participou do encontro, o caju e a castanha são produtos de influenciam a economia do Estado e que a queda na produção tem sido sentida nos últimos anos. Mesmo assim, diante das adversidades, o setor está otimista com a previsão de chuvas. “Devemos nos organizar para o pior, esperando o melhor”, diz, explicando que nesse período o Sebrae tem dado suporte ao cajucultores com consultorias técnicas para minimizar os impactos.

Já o analista de Mercado Agrícola da Conab, Luís Gonzaga Costa, vê a cadeia produtiva do caju no Estado desarticulada e a estiagem agravou ainda mais o cenário. “O problema é sério e tem mexido com o mercado no Rio Grande do Norte, inclusive com a exportação. Existem pontualmente produtores isolados tentando contornar a situação, inclusive com a participação do Sebrae e outros órgãos”, confirma.

Recuperação

De acordo com o consultor do Sebrae, Francisco Canindé da Costa, a perspectiva dos produtos, é que, por causa do trabalho que está sendo desenvolvido, este ano a safra obtenha alguma melhora em relação a anos anteriores. A colheita do caju começa do final de setembro para outubro. “Foi iniciado no ano passado um trabalho com produtores rurais para controlar, com aplicação da tecnologia, doenças, pragas e solo. O que tem mostrado bons resultados”, afirma.

Durante o encontro, o produtor Honorato José Victor, de Lagoa Nova, foi um dos convidados pelo Sebrae para falar sobre sua experiência. Ele relata que, devido à estagnação do cajueiro gigante, optou pelo cajueiro precoce, o que melhorou consideravelmente a produção. “O acesso é mais fácil e ele também precisa de menos chuva. O cajueiro comum é acometido de doenças e não estava mais produzindo. Esse outro é de fácil manejo e está dando certo”, explica.

Outra alternativa vem da região Oeste. “A cooperativa foi uma forma que a gente buscou de se organizar, formar uma rede de agricultura familiar, e ter mais acesso ao mercado”, aponta a diretora financeira da Central de Comercialização da Agricultura Familiar (COOAFARN), Fátima Torres. A rede reúne cerca de 2 mil famílias, sendo a maioria da região oeste do estado. Fátima ressalta que isso promove o fortalecimento dos produtores da rede e a ampliação do mix de produtos. “As discussões acontecem em cada município. Agora, estamos tentando a legalização do carne caprina e ovina em Apodi”, conclui. (Com informações do Sebrae-RN).

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